O governo federal anunciou ontem, através de decreto publicado no Diário Oficial da União, o novo valor do salário mínimo para o próximo ano. O reajuste de 6,79% elevou o piso de R$ 1.518 para R$ 1.621, válido a partir de 1º de janeiro de 2026, com pagamento previsto para fevereiro.
Por que o salário mínimo foi fixado em R$ 1.621?
Se fosse considerada apenas a regra constitucional de correção pela inflação, o piso nacional subiria para aproximadamente R$ 1.582, com base na inflação do INPC acumulado até novembro, de 4,18%. No entanto, o valor definido reflete a retomada da política de valorização real do salário mínimo, uma das promessas de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Essa política prevê reajustes que vão além da inflação, vinculados ao desempenho econômico do país.
Durante os governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro, o salário mínimo foi corrigido apenas pela inflação, sem aumento real de poder de compra. Com o atual mandato, o piso voltou a registrar ganhos acima da inflação, resultando em um valor mais elevado.
Como é definido o valor do salário mínimo?
O cálculo do reajuste considera a inflação medida pelo INPC até novembro, além do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos anteriores, segundo a legislação vigente desde 2023. Pela fórmula integral, o salário mínimo de 2026 poderia chegar a cerca de R$ 1.636, caso fosse aplicada a regra completa, com crescimento de 4,18% do INPC e de 3,4% do PIB de 2024, mas o valor ficou acima devido às limitações impostas pelo arcabouço fiscal.
Recentemente, o Congresso aprovou uma medida provisória que incorpora essa fórmula ao arcabouço fiscal, limitando o ganho real do salário mínimo a 2,5% acima da inflação.
Impactos e benefícios do novo valor
O valor de R$ 1.621 é aplicável aos trabalhadores que têm seus salários calculated pelo piso, incluindo aposentados, pensionistas e beneficiários do Benefício de Prestação Continuada (BPC). O reajuste traz ganhos reais de rendimento, reforçando a política de valorização do salário mínimo, que visa ampliar o poder de compra e melhorar as condições de renda das camadas mais vulneráveis.
Além disso, o piso será referência para diversos programas sociais, como o Bolsa Família, cujo calendário de pagamento para 2026 também foi divulgado nesta semana. Segundo especialistas, essa valorização é fundamental para o fortalecimento da economia e a redução das desigualdades.
Perspectivas futuras
Apesar do reajuste de 6,79%, o governo limitou o crescimento real do salário mínimo a 2,5%, em conformidade com o arcabouço fiscal, o que resultou em um valor final abaixo do que seria possível se fossem seguidas todas as regras de forma integral. A expectativa é que, caso a fórmula completa fosse aplicada sem essas limitações, o valor para 2026 pudesse chegar a aproximadamente R$ 1.636.
O novo salário mínimo entra em vigor no dia 1º de janeiro de 2026, e o pagamento será realizado no mês seguinte, influenciando mais de 38 milhões de brasileiros que recebem o piso, incluindo aposentados e beneficiários de programas sociais.
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