A taxa média de juros cobrada pelos bancos em operações com pessoas físicas e empresas aumentou 0,6 ponto percentual em novembro deste ano, fechando o mês em 46,7% ao ano, informou nesta sexta-feira (26) o Banco Central (BC).
Juros sobem em meio à alta da taxa básica da economia
De acordo com o BC, essa é a maior taxa desde abril de 2017, quando estava em 48,3% ao ano, ou seja, em pouco mais de oito anos. Na parcial de 2025, a taxa já avançou seis pontos percentuais. O aumento reflete o cenário de altas nos juros, impulsionado pela manutenção da Selic em 15% ao ano, o maior patamar em quase duas décadas, para conter a inflação.
Variações entre setores
Enquanto as operações com empresas registraram recuo de 25,1% para 24,5% ao ano, na mesma base de comparação, o juro cobrado de pessoas físicas subiu de 58,5% para 59,4% ao ano, atingindo o maior nível desde agosto de 2017, quando chegou a 62,3% ao ano.
Crédito consignado e outras linhas
O aumento do custo do crédito acontece mesmo com limites estabelecidos pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para o cartão de crédito rotativo, que passou a ter valor máximo de débito limitado a 200% da dívida original a partir de janeiro de 2024. Segundo analistas, essa modalidade deve ser evitada devido à alta de juros, que alcança 440,5% ao ano, uma das mais elevadas do mercado, comparável ao de dívidas de cheque especial.
Cheques especiais e cartão de crédito
Nos empréstimos de cheque especial, a taxa de juros subiu de 139,1% para 141,7% ao ano, apesar de uma redução de 2,6 pontos percentuais no mês. Já no cartão de crédito rotativo, a alta foi de 439,8% para 440,5%, reforçando a criticidade dessa linha de crédito para o consumidor.
Perspectivas para o cenário de juros
Essa elevação contínua nos juros reflete o esforço do Banco Central de controlar a inflação, mas aumenta o custo do crédito para consumidores e empresas. Especialistas alertam para o impacto direto no consumo e na economia como um todo, reforçando a necessidade de planejamento financeiro.
Segundo o BC, o cenário de juros elevados deve persistir até que novas medidas de controle de inflação sejam adotadas. A recomendação é que os clientes bancários evitem o uso de crédito rotativo,Priorizar o pagamento integral da fatura para não entrar em dívidas onerosas.
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