A deputada federal Heloísa Helena (Rede-RJ), que atuou como suplente de Glauber Braga (PSOL-RJ), retornou ao Congresso na semana passada, marcando seu retorno 18 anos após o término de seu último mandato como senadora. Conhecida por suas críticas ao governo Lula e ao PT, Helena fez declarações impactantes, especialmente em relação à ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, com quem teve conflitos internos na Rede. Em recente entrevista, ela pediu que Marina permaneça no partido, defendendo que essa seria uma forma de “reconhecer a vitória do lado vencedor”. O retorno de Helena e suas considerações sobre a política brasileira prometem reacender discussões importantes no cenário nacional.
A crítica ao governo e à política ambiental
Em suas declarações, Heloísa Helena demonstrou uma postura firme ao criticar a maneira como os adversários políticos são tratados pelo governo atual. Em resposta a uma pergunta sobre o tratamento dado ao deputado Glauber Braga, suspenso por seis meses, Helena afirmou que as práticas de conveniência política são inaceitáveis. “Todas as respostas institucionais pautadas na moral das conveniências são desprezíveis. Essa modalidade de política deve ser combatida de forma implacável”, declarou.
Além disso, Helena abordou a questão da política ambiental do governo. Em seu discurso de posse, ela enfatizou sua oposição à privatização de recursos naturais e criticou medidas relacionadas à exploração de terras raras, consideradas erros na gestão ambiental atual. “Reproduzir a história fracassada da exportação mineral sem beneficiamento é um crime de lesa-pátria”, afirmou, ressaltando a necessidade de iniciativas que promovam a soberania nacional e a preservação dos recursos naturais.
Reações da população e o cenário eleitoral
Helena também comentou a reação negativa de parte da esquerda e da população ao Congresso, que é muitas vezes classificado como “inimigo do povo”. Para ela, os movimentos sociais que condenam retrocessos e perseguições políticas são cruciais para o fortalecimento da democracia no Brasil. “Qualquer movimento social que condena autoritarismo sempre será muito importante para o aprimoramento da nossa frágil democracia”, disse.
Com as eleições de 2026 se aproximando, questões eleitorais ganharam destaque em sua entrevista. Helena avaliou a candidatura do senador Flávio Bolsonaro como uma “decisão previsível” dentro do que ficou conhecido como ‘idolatria política’. Apesar de reconhecer a força da direita, ela considera difícil que consigam êxito em uma campanha presidencial.
Relações partidárias e a federação com o PSOL
No que tange às alianças políticas, Helena expressou suas reservas sobre a aproximação entre o PT e o PSOL. Apesar de ser fundadora do PSOL, ela acredita que cada partido deve avaliar suas próprias alianças sem interferências externas. “O PT sempre busca ser uma força hegemônica na esquerda brasileira”, afirmou, ressaltando que isso geralmente favorece apenas os interesses do partido. Contudo, defensora de uma federação entre o PSOL e a Rede, ela acredita que essa união pode ser benéfica para ambos os lados.
Ainda sobre a ministra Marina Silva, que recentemente recebeu propostas para deixar a Rede por outros partidos, Helena se mostrou confiante em que ela permanecerá no partido. “Em qualquer disputa interna, se pode ganhar ou perder. Faz parte da democracia reconhecer a vitória do lado vencedor e seguir trabalhando pelo que se acredita”, concluiu.
Com seu retorno ao Congresso, Heloísa Helena traz consigo uma história de desafios e uma postura crítica que promete influenciar os debates políticos no Brasil. Suas posições firmes sobre política ambiental, as relações partidárias e o papel do governo Lula no cenário atual oferecem um olhar instigante sobre os próximos passos políticos do país.



