Em um momento decisivo para a política brasileira, o ex-presidente Jair Bolsonaro, em meio a um quadro de saúde delicado, anunciou oficialmente que seu filho, Flávio Bolsonaro (PL-RJ), será seu candidato à Presidência da República nas eleições de 2026. A notícia veio à tona através de uma carta escrita à mão, lida por Flávio na porta do hospital DF Star, em Brasília, logo antes da cirurgia do pai para corrigir uma hérnia inguinal bilateral.
A escolha de Flávio Bolsonaro
A carta, que traz a assinatura de Bolsonaro, é um indicativo claro de seu apoio incondicional ao filho em momentos onde a candidatura dele enfrenta resistência tanto de aliados quanto de lideranças do Centrão. Flávio, ao ler a mensagem, disse que a decisão de Jair foi “consciente e legítima”, sublinhando a importância do respaldo paterno em sua trajetória política. Ele afirmou que isso “retira qualquer sombra de dúvida” sobre sua candidatura, e pediu unidade entre os aliados da direita para garantir a vitória em 2026.
A cirurgia de Jair Bolsonaro, que durou cerca de três horas e meia, foi um procedimento planejado e, segundo os médicos, ocorreu sem intercorrências. A recuperação deve durar entre cinco a sete dias, e ainda não há previsão de alta. O ex-presidente permanece sob cuidado médico devido a um quadro de soluços persistentes, resultado da facada que sofreu em 2018. Neste processo, seu estado de saúde é uma preocupação constante para seus familiares e aliados políticos.
Resistências e apoio
A escolha de Flávio como candidato não é unânime, pois ele enfrenta resistência interna e externa. Antes mesmo da cirurgia, as críticas se intensificavam, incluindo observações de figuras influentes como o pastor Silas Malafaia, que consideravam Flávio sem “musculatura política” necessária para enfrentar o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições. Malafaia e outros aliados defendem uma chapa que envolva nomes com maior apelo popular, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Além disso, dentro da própria família Bolsonaro, houve descontentamento. A ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, aparentemente tinha aspirações políticas próprias e demonstrou seu desagrado de forma sutil durante a hospitalização de Jair. Em meio a este turbilhão, Flávio se esforça para consolidar sua posição enquanto busca a unidade entre os aliados e evita divisões na ala direitista.
O impacto da carta para a corrida eleitoral
A decisão de Jair Bolsonaro de apoiar publicamente seu filho vem em uma hora crítica, pois gera um respaldo que pode motivar aliados a se unirem em torno da candidatura. Ao afirmar na carta que “entrega o que há de mais importante na vida de um pai: o próprio filho”, ele faz uma apelo emocional por apoio e colaboração na luta política, sublinhando a ideia de que seu legado deve continuar através de Flávio.
Diante da situação, Flávio tem se manifestado com segurança, ressaltando que a união da direita é essencial para enfrentar o que ele considera uma ameaça representada pelo PT e por Lula. A pré-candidatura dele foi inicialmente anunciada há algumas semanas, ainda sem a confirmação do apoio do pai, mas agora, com a carta, a estrutura da campanha se torna mais sólida.
Expectativas para as próximas semanas
Enquanto isso, as investigações sobre o estado de saúde de Jair e de sua recuperação continuam a ser uma prioridade para a família. Flávio e seu irmão Carlos Bolsonaro, que também está ativo politicamente, têm se concentrado em acompanhar o estado de saúde do pai, garantindo que os cuidados estejam à altura da sua condição. O ritmo dessa recuperação poderá influenciar até mesmo os cronogramas eleitorais e a agenda política de Flávio.
Sem dúvida, a formalização da candidatura de Flávio Bolsonaro abre um novo capitulo na política brasileira, com expectativas de intensos debates e movimentações políticas. Com um quadro político tão turbulento, resta saber como as outras forças políticas reagirão a esta estratégia familiar e como isso afetará o cenário eleitoral de 2026.


