A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) decidiu suspender a operação de compra de ações (OPA) da Ambipar, após uma troca inesperada na votação com influência do novo presidente interino da autarquia. A decisão ocorreu em meio a investigações sobre possíveis manipulações no mercado de ações da empresa, envolvendo o empresário Nelson Tanure e fundos ligados ao Banco Master.
Troca de votos na CVM suspende OPA da Ambipar
Originalmente, a área técnica da CVM recomendava manter a obrigação de realização da OPA, considerada de grande interesse de investidores minoritários. No entanto, após a renúncia do então presidente João Pedro Nascimento, Otto Lobo assumiu o cargo interinamente e mudou o curso do processo, votando contra a operação.
Reações e impacto na decisão
O voto de Lobo — que vota como diretor e como presidente interino — foi decisivo para barrar a OPA, mesmo após a manifestação de outros diretores, como Nascimento e Marina Coppola, que eram a favor da realização da operação. A área técnica vinha solicitando uma reconsideração do voto de Lobo, mas o colegiado, em reunião realizada em 23 de dezembro, decidiu, de forma unânime, manter o entendimento de barrar a operação.
A suspensão da OPA ocorre em um momento em que a CVM investiga possíveis manipulações de mercado na Ambipar. Segundo apuração da própria autarquia, há indícios de que o empresário Nelson Tanure, juntamente a fundos ligados ao Banco Master, possa ter inflacionado artificialmente os papéis da empresa.
Investigações e controvérsias na CVM
A própria área técnica do órgão abriu um inquérito para apurar possíveis manipulações de preços envolvendo Tanure e fundos do Banco Master, com suspeitas de ações coordenadas para elevar artificialmente os valores das ações da Ambipar. Aparentes irregularidades na conduta do empresário e fundos ligados ao Banco Master estão sendo apuradas.
Perspectivas e próximas etapas
A decisão da CVM reflete o ambiente de tensão no mercado acionário e a preocupação com manipulações. Enquanto isso, a autarquia ainda avalia recursos apresentados por envolvidos na questão, e a investigação sobre possíveis irregularidades continua em andamento. A controvérsia reforça a complexidade e os desafios enfrentados pela CVM na regulação do mercado de capitais brasileiro.


