Na sexta-feira (26), o governo dos Estados Unidos pediu que a China cesse sua pressão militar, diplomática e econômica contra Taiwan, enquanto Pequim intensifica sua movimentação militar na região. A China mobilizou uma quantidade recorde de navios de guerra ao redor de Taiwan, aumentando os riscos de conflito na Ásia-Pacífico.
Militares chineses em ação e resposta internacional
O Ministério da Defesa da China anunciou que suas Forças Armadas irão intensificar treinamentos e tomar “medidas enérgicas” para proteger sua soberania, em resposta à aprovação pelos EUA de uma venda de armas de US$ 11,1 bilhões para Taiwan. As forças chinesas realizaram manobras militares com mais de dez navios de guerra, além de exercícios de assédio, considerados agressivos pelos Estados Unidos e pela comunidade internacional.
O Departamento de Estado americano condenou a ação da China e ressaltou que as atividades militares de Pequim só aumentam as tensões na região. “As táticas de intimidação e o comportamento desestabilizador da China somente aumentam o risco de conflito e prejudicam a paz regional”, afirmou o porta-voz do Departamento de Estado.
Venda de armas e tensões na região
O Congresso dos Estados Unidos autorizou a venda de oito itens de armamento para Taiwan, incluindo sistemas de foguetes Himars, obuseiros, mísseis Javelin, drones e equipamentos diversos. Segundo o Ministério da Defesa de Taiwan, essa venda reforça a capacidade do país de autodefesa e atua como uma estratégia de dissuasão contra possíveis ações militares chinesas.
O anúncio foi feito em um momento de crescente pressão de Pequim, que realizou exercícios militares ao redor de Taiwan, considerados por analistas como um alerta para a ilha e seus apoiadores, especialmente os EUA. Um alto funcionário de Taiwan afirmou que mais de dez navios de guerra chineses foram avistados na região, além de operações de assédio por parte da Guarda Costeira chinesa.
Histórico e contexto de tensões
A disputa entre China e Taiwan remonta à fundação da República da China, em 1912, e à Guerra Civil entre nacionalistas e comunistas. Após a vitória comunista em 1949, os nacionalistas do Kuomintang (KMT) refugiados em Taiwan passaram a governar a ilha, que até hoje mantém autonomia de fato, embora não seja reconhecida como Estado soberano pela maioria dos países.
Para Pequim, Taiwan é uma província rebelde e faz parte do seu território, enquanto Taiwan se autodenomina uma nação independente, com seu próprio governo e constitution. Essa divergência aumenta a pressão militar de Pequim, que não descarta usar a força caso o status político da ilha sofra mudanças significativas, elevando o risco de conflito na região.
Perspectivas futuras
Autoridades internacionais continuam monitorando de perto a escalada militar na região, com o risco de uma crise de maior magnitude. Os exercícios chineses, aliados às vendas de armas dos EUA, reforçam um cenário de instabilidade que preocupa especialistas e governos ao redor do mundo. A possibilidade de uma intervenção militar chinesa permanece como uma ameaça latente que pode alterar o equilíbrio na Ásia-Pacífico nas próximas semanas.

