Brasil, 26 de dezembro de 2025
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Aliados de Bolsonaro recorrem à fuga para evitar prisão

No último dia 26 de dezembro, a prisão do ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques, ao tentar deixar o Brasil pelo Aeroporto de Assunção, no Paraguai, trouxe à tona uma inquietante realidade: a escalada de tentativas de fuga entre aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, à medida que as investigações e condenações se intensificam. Vasques, que romperá a tornozeleira eletrônica e usou um passaporte com dados falsificados, foi detido após uma tentativa de embarcar para El Salvador, uma ação desesperada poucos dias depois de ser condenado a 24 anos e seis meses de prisão por sua participação em uma trama golpista.

Aliados com histórico de tentativas de fuga

Este incidente não é isolado. Em uma sequência de eventos que chama a atenção, o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) também fez uma tentativa controversa de deixar o Brasil. Ele partiu para os Estados Unidos, desrespeitando uma proibição judicial de viajar ao exterior, após ser condenado por tentativa de golpe. A resposta do ministro Alexandre de Moraes foi imediata, resultando na determinação de sua prisão preventiva. Atualmente, Ramagem reside em Orlando, na Flórida, em clara evasão da justiça brasileira.

O caso de Carla Zambelli

A situação se agrava ainda mais com o caso da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). Condenada a dez anos de prisão por falsidade ideológica e invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Zambelli deixou o Brasil e, em junho, foi presa na Itália. Sua inclusão na lista vermelha da Interpol indica o reconhecimento internacional do risco de fuga de figuras ligadas ao bolsonarismo.

Eduardo Bolsonaro fora do Brasil

No cerne das movimentações, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) também se destaca. Ele está nos Estados Unidos desde fevereiro, evitando ser intimado em investigações em andamento no Brasil. Sua permanência no exterior tem suscitado questionamentos, com a dificuldade de notificações formais sendo registrada em processos. Eduardo é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por coação, e suas tentativas de articulação de sanções contra autoridades brasileiras no exterior levantam preocupações sobre sua influência e conivência em ações golpistas.

A evasão como estratégia de defesa

Além de políticos com mandato, outros indivíduos investigados e condenados pelos atos golpistas ocorridos em 8 de janeiro têm buscado rotas de fuga alternativas, frequentemente utilizando vias terrestres e fluviais em direção a países vizinhos como a Argentina. Essas tentativas de evasão reforçam a percepção entre os investigadores de que a fuga se tornou uma reação estratégica diante do avanço das decisões judiciais.

Implicações das decisões judiciais

O ministro Alexandre de Moraes tem mencionado o risco de evasão como um justificativa essencial para a instalação de prisões preventivas e o endurecimento de medidas cautelares. Casos de saídas do país e violações de tornozeleiras eletrônicas têm sido frequentemente citados em suas deliberações, evidenciando uma clara preocupação com a capacidade de indivíduos envolvidos em corrupção e tentativas de golpe de evadir-se da justiça.

O planejamento de fugas pela organização criminosa

De acordo com as declarações de Moraes, o modus operandi da organização criminosa condenada pelo STF, a qual é liderada por Jair Messias Bolsonaro, indica a possibilidade de planejamentos de fuga, potencialmente em colaboração com aliados que se encontram no exterior, como é o caso de Eduardo Bolsonaro. O ministro apontou o “planejamento e execução de fugas” como parte das investigações que continuam a se desdobrar.

As dificuldades enfrentadas pela justiça

Em um episódio simbólico desta saga, o próprio Jair Bolsonaro teria tentado consertar sua tornozeleira eletrônica enquanto se encontrava em prisão domiciliar. A defesa do ex-presidente argumenta que a tentativa de remanejamento ocorreu em um momento de surto, mas isso apresenta mais uma camada de complexidade para as já complicadas questões judiciárias em torno do ex-mandatário.

Na esteira dos recentes acontecimentos, é claro que a fuga e a evasão têm se transformado em estratégias contenciosas entre os aliados de Bolsonaro, desafiando as autoridades brasileiras a responderem a essa nova dinâmica enquanto continuam a lutar pela responsabilização de envolvidos nos atos contra a democracia.

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