Na manhã de quinta-feira, 25 de dezembro, o Papa Leão XIV presidiu a missa de Natal na Basílica de São Pedro. A homilia do Pontífice trouxe uma mensagem poderosa sobre a paz de Deus, destacando a fragilidade das populações diante da guerra e a importância do acolhimento e da solidariedade entre os seres humanos.
A paz de Deus e a fragilidade humana
Iniciando sua homilia com uma citação do Livro do Profeta Isaías, o Papa disse: “Irrompei em cânticos de alegria”. Com isso, ele se referiu ao mensageiro da paz que chega entre as ruínas, recordando que a paz existe e já está entre nós. Esta paz é representada de maneira paradoxal na imagem do recém-nascido Jesus, que, embora não saiba falar, comunica a simplicidade e fragilidade da vida.
“A paz de Deus nasce de um choro de criança acolhido, de um pranto ouvido: nasce entre ruínas que invocam solidariedades renovadas”, afirmou o Pontífice, ressaltando a situação de vulnerabilidade das populações afetadas por guerras e crises. O Papa fez um apelo à humanidade, convocando a todos a se comprometerem com a paz e o acolhimento, especialmente diante do sofrimento dos mais frágeis.
Reflexão sobre a dignidade humana
O Papa Leão também enfatizou a importância de se tocar a “carne sofredora” dos outros, reforçando as palavras do Papa Francisco em sua exortação apostólica, Evangelii Gaudium. Ele destacou que “Jesus quer que toquemos a miséria humana”, sugerindo que a verdadeira fraternidade deve nos levar a renunciar ao isolamento e ao egoísmo. “E como não pensar nas tendas de Gaza, expostas durante semanas à chuva, ao vento e ao frio?”, questionou, lembrando os milhares de deslocados e refugiados ao redor do mundo.
O Pontífice continuou sua reflexão destacando que, em vários contextos de dor e vulnerabilidade, a paz de Deus pode ser percebida como um chamado a agir de maneira mais generosa e solidária. “A carne humana pede cuidados, invoca acolhimento e reconhecimento”, afirmou Leão XIV, sublinhando a necessidade de delicadeza e ternura no trato com a dignidade humana.
Um chamado à Igreja missionária
Durante sua homilia, o Papa conclamou a Igreja a ser uma instituição missionária, ressaltando que “o Natal motiva novamente uma Igreja missionária”, guiada pela Palavra de Deus. O Pontífice enfatizou que o verdadeiro poder reside em nos tornarmos filhos de Deus e que esse poder se revela quando nos aproximamos do choro das crianças e do sofrimento dos idosos.
“Assim, o Natal deve nos motivar a um compromisso renovado com o próximo. Não estamos ao serviço de uma palavra prepotente, mas de uma presença que suscita o bem e conhece a sua eficácia”, afirmou. O Papa fez um pedido claro: que a Igreja esteja ao lado dos mais necessitados, reconhecendo que a verdadeira missão não é uma busca por poder, mas um chamado à conversa e à empatia.
Mensagem de esperança e renovação
O Papa Leão XIV encerrou sua homilia com uma mensagem de esperança. “A paz será um dinâmico processo de conversação”, disse, ressaltando que a escuta é fundamental para a construção de um mundo mais justo e pacífico. Ele convidou a todos a se colocarem de joelhos diante da “carne despojada” do próximo, reconhecendo a importância da solidariedade ativa e da empatia no caminho para a paz.
A mensagem do Papa reflete um profundo compromisso com a promoção da paz e do respeito à dignidade humana, propondo um mundo onde vivamos em harmonia, atentos às vozes dos que sofrem e necessitam de acolhimento. Que este Natal seja uma oportunidade de renovação para todos nós, inspirando ações de compaixão e solidariedade em nosso cotidiano.


