A transição de 2025 para 2026 promete ser agitada na Colina. Em paralelo à homologação do plano de pagamentos da recuperação judicial, o Vasco mantém conversas com Marcos Lamacchia, empresário do ramo financeiro e filho de José Roberto Lamacchia, dono da Crefisa. Este é um dos interessados numa possível revenda da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do clube carioca. A informação foi initially noticiada pelo ge.globo e pelo jornalista Lucas Pedrosa.
Quem é Marcos Lamacchia?
Marcos é mais um nome da renomada família Lamacchia a aparecer em conversas envolvendo o Vasco. O empresário de 47 anos é fruto do antigo casamento entre José Roberto e Junia Faria, filha do banqueiro Aloysio de Andrade Faria, que por anos integrou a lista de bilionários da revista Forbes.
Falecido em 2020, Aloysio comandou o antigo Banco Real, atualmente fundido ao Grupo Santander. Anos após, ele fundou o conglomerado Alfa, que compreende empresas de diversos setores, como bancário, seguros, construção e agronegócio. A herança deixada por Aloysio soma R$ 1,7 bilhões, dividida igualmente entre suas filhas: Lucia, Junia, Flavia, Claudia e Eliana, cada uma recebendo 20%. Em 2023, as herdeiras realizaram um colossal negócio imobiliário: a venda de um terreno na Barra da Tijuca por R$ 370 milhões, que se tornou o maior negócio do setor no Rio de Janeiro neste século.
Construindo uma carreira no mercado financeiro
Neste cenário, Marcos aparece como herdeiro de Junia e José Roberto. Além de suas raízes familiares, o empresário consolidou seu próprio espaço no mercado financeiro. Desde 2008 é sócio-fundador e CEO da Blue Star, uma consultoria financeira e de investimentos localizada em São Paulo. A Blue Star conta com Junia, sua mãe, como uma das sócias, o que reforça a ligação entre família e negócios. Além disso, vale ressaltar que ele e Leila Pereira, sua madrasta, mantêm uma relação cordial.
Marcos possui uma formação acadêmica robusta: é graduado em Administração de Negócios com especialização em Contabilidade e Direito Empresarial pela Universidade de Miami, além de ter se especializado em Direito Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Sua experiência profissional é rica, incluindo passagens pelo Eagle Bank, Conglomerado Alfa e Fiesp, e um cargo como diretor da Crefisa de 2004 a 2009.
A negociação da SAF do Vasco
Para assumir o controle majoritário da SAF do Vasco, Marcos precisará estabelecer acordos com duas partes importantes: a A-CAP, a atual controladora dos ativos da 777 Partners, que detém 31% das ações do clube, mesmo estando afastada do comando, e o próprio Vasco associativo, que possui outros 30%. Os restantes 39% estão em disputa entre A-CAP e o Vasco em um processo de arbitragem, uma questão que não deve se tornar um obstáculo caso haja um acordo satisfatório entre todas as partes envolvidas.
Com o Vasco vivendo um momento sensível e transacional, a figura de Marcos Lamacchia pode se tornar central nos próximos meses, tanto pelo potencial de investimento quanto pela conexão com uma das famílias mais influentes do Brasil.
Expectativas para o futuro
Os torcedores do Vasco da Gama esperam ansiosamente por um desfecho positivo nas negociações, que poderiam trazer não apenas alívio financeiro, mas também um novo fôlego para o clube, que luta para se reerguer no cenário do futebol nacional. A habilidade de Marcos em navegar o mercado financeiro será crucial para transformar o potencial da SAF em realidade, e sua conexão com a história e os recursos da família Lamacchia pode ser um diferencial importante nessa trajetória.
Assim, a transição no Vasco da Gama entre 2025 e 2026 pode não apenas significar mudanças administrativas, mas também um renascimento para uma das tradições do futebol brasileiro, dependendo de como estas negociações se desenrolarão nos próximos meses.



