O Kennedy Center cancelou seu concerto anual de jazz na noite de véspera de Natal nesta quarta-feira, após a decisão do então presidente Donald Trump de alterar o nome do centro cultural. A mudança ocorreu após Trump adicionar seu nome ao edifício, que, desde 1964, é uma homenagem ao presidente John F. Kennedy, assassinado em 1963.
Alteração do nome e reação do evento
O artista de jazz Chuck Redd, responsável por apresentar o concerto há quase duas décadas, explicou que decidiu cancelar o evento após a atualização no site do Kennedy Center e na fachada do prédio, que agora lê “The Donald J. Trump and The John F. Kennedy Memorial Center for the Performing Arts”.
“Quando vi a mudança no site e, horas depois, na fachada, optei por cancelar nosso concerto”, afirmou Redd por meio de uma mensagem enviada à Associated Press nesta véspera de Natal. A programação, que originalmente convidava a uma noite de jazz natalina, agora aparece com a palavra “Cancelado” na sua lista oficial.
Contexto político e legal da mudança
Desde que Trump assumiu a presidência de forma oficial neste ano, diversas atividades e eventos no Kennedy Center vêm sendo cancelados, incluindo apresentações de artistas renomados como Issa Rae e Lin-Manuel Miranda. No total, 15 eventos foram anulados por iniciativa dos próprios artistas.
O centro, que foi criado como uma “memorial vivo” a Kennedy por determinação do Congresso em 1964, passa por uma controvérsia após a mudança de nome, considerada ilegal por especialistas e legisladores. O Legislativo americano afirma que somente o Congresso tem autoridade para renomear o Kennedy Center, e que a alteração viola essa prerrogativa.
Ações legais contra Trump
Nesta semana, a congressista democrata de Ohio, Joyce Beatty, entrou com uma ação contra Trump, acusando-o de violar a lei ao modificar o nome do centro. “Somente o Congresso possui a autoridade para renomear o Kennedy Center”, declarou Beatty, que criticou a atitude como uma “ofensa à lei e uma afronta à instituição”.
Críticos argumentam que a mudança patrimonial e simbólica representa um desrespeito à memória de Kennedy e uma tentativa de uso político do espaço artístico, alimentando a controvérsia sobre a visão de Trump para o centro cultural.
Perspectivas futuras
Especialistas jurídicos e políticos indicam que a disputa poderá levar a uma batalha judicial prolongada, além de questionamentos públicos sobre a legitimidade da alteração. A controvérsia reforça o debate sobre o uso de espaços públicos para purposes pessoais ou políticos e a preservação do legado histórico.



