Na manhã de hoje, a transferência do ex-presidente Jair Bolsonaro para o hospital DF Star em Brasília despertou grande atenção, com uma operação de segurança meticulosa. Bolsonaro, que será submetido a uma cirurgia para correção de uma hérnia inguinal bilateral, deixou a Superintendência da Polícia Federal (PF) por volta das 9h30, em um comboio escoltado por treze batedores da Polícia Militar do Distrito Federal.
Detalhes da operação de transferência
O comboio de Bolsonaro, que incluiu quatro veículos descaracterizados da PF, chegou rapidamente ao hospital, levando apenas cinco minutos para percorrer o trajeto. O ex-presidente estava posicionado no segundo carro do comboio, onde recebeu atenção especial dos agentes de segurança, que incluíram quatro policiais federais à paisana, posicionados na entrada da unidade de saúde para assegurar a tranquilidade do procedimento.
A segurança em torno do hospital foi significativamente reforçada, com a presença de três viaturas da PM-DF e um total de oito policiais monitorando a área. Segundo informações, a decisão do ministro Alexandre de Moraes institui vigilância ininterrupta dentro do hospital e proíbe a entrada de qualquer dispositivo eletrônico, com exceção dos equipamentos médicos necessários para o tratamento de Bolsonaro.
Regras de acesso e acompanhamento
Durante sua internação, que pode durar entre cinco e sete dias, as visitas ao ex-presidente estarão severamente limitadas. A única acompanhante prevista é a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, respeitadas as normas do hospital. Qualquer outra visita, incluindo de familiares mais próximos, requer autorização judicial específica, o que restringe consideravelmente o círculo de interação do ex-presidente durante este período delicado.
A defesa de Bolsonaro havia solicitado autorização para que seus filhos Flávio e Carlos pudessem visitá-lo, mas o pedido foi negado pelo juiz. Em razão da gravidade da situação e da necessidade de controlo rigoroso, Moraes reforçou que a internação não altera a pena imposta ao ex-presidente por tentativa de golpe de Estado, garantindo que ele tem “plenas condições de tratamento de saúde” sob custódia.
O que esperar da cirurgia e do pós-operatório
Para garantir a saúde de Bolsonaro, um conjunto de exames clínicos, laboratoriais e de imagem será realizado hoje, com a cirurgia programada para amanhã, dia de Natal. A previsão é de que o procedimento dure entre três e quatro horas, conforme especificado pelo cirurgião Cláudio Birolini. Além do tratamento da hérnia inguinal bilateral, os médicos avaliarão a necessidade de um bloqueio anestésico do nervo frênico, que visa controlar os episódios de soluços persistentes que o ex-presidente tem enfrentado.
A equipe médica se comprometeu a fornecer boletins diários sobre o estado clínico de Bolsonaro e a evolução de sua recuperação. Após a cirurgia, ele deverá permanecer em observação e sob cuidados médicos, com um plano de reabilitação que inclui fisioterapia e monitoramento para prevenir complicações. O acesso ao seu quarto será rigorosamente controlado pela Polícia Federal, que deverá manter vigilância constante.
Entendendo a hérnia inguinal bilateral
A hérnia inguinal bilateral envolve a protrusão de parte do intestino por áreas enfraquecidas da parede abdominal na região da virilha. O objetivo da cirurgia é reposicionar o conteúdo abdominal e reforçar a musculatura local, diminuindo o risco de dor e complicações futuras.
Esta cirurgia é considerada mais simples do que o procedimento anterior realizado em abril, que durou cerca de 12 horas e foi classificado como de “grande porte”. Com a operação de amanhã, espera-se uma recuperação mais rápida e menos complicada para o ex-presidente, com uma alta condicional após a estabilização do seu estado de saúde.
A expectativa é que o estado de saúde de Jair Bolsonaro mantenha-se estável, permitindo que ele retorne às suas atividades normais assim que possível, mas sob o contínuo monitoramento das autoridades competentes.
