Brasil, 24 de dezembro de 2025
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Retorno das tradições natalinas em Belém após anos de guerra

A cidade de Belém, na Cisjordânia, mais uma vez se tornou o centro das celebrações natalinas, atraindo milhares de pessoas para a Praça do Menino Jesus na véspera de Natal. As festividades, que estavam contidas nos últimos dois anos devido aos conflitos em Gaza, retornaram com renovado espírito de esperança e alegria. O revigoramento das tradições natalinas traz consolo e união para as famílias que vivenciaram tempos difíceis.

Um Natal esperado com fervor

Na noite de Natal, as famílias que visitaram Belém encontraram a Praça do Menino Jesus adornada com um imponente pinheiro natalino, que simboliza a esperança em tempos de adversidade. A celebração, que anteriormente foi cancelada em função da guerra, agora traz à tona um desejo profundo de renovação e unidade. O Cardeal Pierbattista Pizzaballa, líder católico da Terra Santa, abriu as festividades com uma tradicional procissão de Jerusalém a Belém, ressaltando a importância de um “Natal pleno de luz” e portando saudações da diminuta comunidade cristã de Gaza, que também participou das celebrações.

A mensagem de resiliência

Durante suas palavras na Missa do Grito, o Papa Leo XIV ecoou os sentimentos de resiliência e esperança quando disse que, “diante do sofrimento dos pobres, Deus envia um que é indefeso para ser a força que nos faz levantar novamente”. Este Relato Natalino nos lembra que, mesmo nas situações mais sombrias, é possível encontrar luz e amor.

O impacto da guerra, no entanto, ainda é palpável. Em Belém, cerca de 80% da população depende do turismo, que sofreu um golpe severo nos últimos anos. Moradores locais relataram que, embora a presença de turistas internacionais ainda seja escassa, há sinais de mudança positiva. Michael e Georgette Jackaman, guias turísticos de gerações cristãs em Belém, expressaram a esperança de que este Natal represente o início da recuperação do turismo e, portanto, da economia local. Para suas crianças, de 2 anos e 10 meses, este é o primeiro Natal significativo, repleto de tradições que não puderam ser celebradas anteriormente.

Retorno à normalidade

Fadi Zoughbi, que trabalhou anteriormente supervisionando logística para grupos de turistas, comentou sobre a alegria de seus filhos ao ver as bandas de marcha desfilando pelas ruas da cidade, um espetáculo que não se via desde o início dos conflitos. Para muitos, a paródia de Natal é uma tradição que simboliza a resiliência e a esperança da comunidade cristã e muçulmana de Belém.

No entanto, os desafios permanecem. A violência dos assentamentos israelenses e a repressão militar continua a gerar tensões na Cisjordânia, exacerbando uma crise humanitária que resulta em um êxodo significativo da população local. O prefeito de Belém, Maher Nicola Canawati, revelou que cerca de 4.000 pessoas deixaram a cidade em busca de melhores oportunidades. A comunidade cristã, que representa menos de 2% da população total da Cisjordânia, está enfrentando um preocupante desafio de sobrevivência.

Resiliência em todo o Oriente Médio

As celebrações do Natal também se espalharam para outros locais do Oriente Médio, como Nazaré, onde as tradições festivas foram restauradas com grande entusiasmo. Na única igreja católica de Gaza, o Natal foi celebrado com programações para as crianças, simbolizando a resistência da fé em meio a crises. Mesmo nas situações mais difíceis, a comunidade persiste na busca por um futuro melhor, unindo-se para honrar suas tradições.

Este Natal em Belém e no Oriente Médio revela a força do espírito humano diante da adversidade, e a busca incessante por esperança e paz transformaram as festividades em um símbolo de resiliência e unidade. À medida que o mundo celebra, o chamado para a paz e a solidariedade nunca foi tão relevante.

O renascimento das celebrações natalinas, não apenas em Belém, mas em toda a região, reflete a continuidade das tradições e a esperança de dias melhores. Na luz que brilha dos pinheiros de Natal e nas vozes unidas em canções, se percebe que, mesmo nas noites mais escuras, existe uma luz que nunca se apaga.

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