O Papa Leo XIV, em uma reunião realizada no mês passado no Vaticano, fez um apelo ao governador de Illinois, JB Pritzker, para que vetasse um projeto de lei que legaliza o suicídio assistido. A declaração foi feita durante uma coletiva de imprensa nesta terça-feira em Castel Gandolfo, na Itália.
A posição do Papa sobre a vida humana
Durante a conversa com o governador, o Papa ressaltou a importância de defender o valor da vida e enfatizou que toda vida é sagrada. Leo XIV afirmou ter manifestado claramente sua oposição à proposta em questão, conforme informou aos repórteres após seu retorno a Roma.
O governador Pritzker, ignorando o apelo papal, sancionou a medida legal de suicídio assistido no dia 12 de dezembro, mesmo diante da veemente resistência dos líderes católicos. O Papa expressou sua decepção ao dizer: “Fiquei muito desapontado com essa decisão”.
Reflexão sobre o valor da vida durante o Natal
Em seu discurso, o Papa convidou as pessoas a aproveitarem o período natalino para refletir sobre a importância da vida humana. Ele disse: “Eu gostaria de convidar todos, especialmente durante esses dias festivos de Natal, a refletirem sobre a natureza da vida humana, a bondade da vida humana. Deus se fez homem como nós para nos mostrar o que significa verdadeiramente viver uma vida humana.”
A mensagem do Papa visa relembrar a sociedade da necessidade de respeitar a vida em todas as suas fases, desde a concepção até a morte natural, em tempos que muitas legislações ao redor do mundo começam a contemplar a legalização do suicídio assistido.
O avanço da legislação sobre suicídio assistido nos Estados Unidos e no mundo
A aprovação da lei em Illinois não é um caso isolado; vários estados e países têm avançado Legislações semelhantes. Nos Estados Unidos, além de Illinois, estados como Califórnia, Colorado, Nova Jersey e Oregon já regulamentaram o suicídio assistido. A situação é preocupante, tendo em vista que a Conferência Católica de Illinois já denunciou que essa lei “ignora as falhas reais no acesso a cuidados de qualidade”, que podem levar as pessoas vulneráveis ao desespero.
Além dos EUA, o Parlamento Britânico na Câmara dos Comuns passou uma lei em junho que legalizou o suicídio assistido para pacientes terminais na Inglaterra e no País de Gales. Recentemente, legisladores no Uruguai também aprovaram um projeto de lei que legaliza a eutanásia.
No Canadá, uma lei que permite ajuda médica para morrer resultou em uma taxa desproporcionalmente alta de mortes prematuras entre grupos vulneráveis, conforme apontado em um relatório.
Essas mudanças legislativas têm gerado debates acalorados sobre a moralidade e a ética envolvidas no suicídio assistido, além de evidenciar a necessidade de um cuidado mais abrangente às populações sociais que enfrentam doenças graves ou condições de vida desafiadoras.
A posição da Igreja Católica frente às leis de suicídio assistido
A Igreja Católica, por sua vez, continua a se opor a qualquer forma de legalização do suicídio assistido, reafirmando que essas práticas não apenas desvalorizam a vida humana, mas também acertam a vulnerabilidade dos indivíduos em momentos de fragilidade e desespero.
Cardeais e bispos em várias partes do mundo têm se manifestado contra tais legislações, citando preocupações sobre possíveis pressões sobre os pacientes e a necessidade de proteção aos mais vulneráveis nas sociedades, que podem ser levados a optar pela morte assistida como uma solução para o sofrimento.
Conforme o Papa Leo XIV mencionou em seu apelo, “a necessidade de respeitar a sacralidade da vida do seu começo ao seu fim” é fundamental para a preservação da dignidade humana. Sua mensagem se faz ainda mais relevante em tempos em que as discussões sobre a vida e a morte são intensificadas por tendências legislativas e sociais.
Com a aproximação do Natal, a reflexão sobre o valor da vida e o chamado à empatia e solidariedade são vitais para promover uma cultura de respeito e cuidado em nossa sociedade.
