O Departamento de Justiça dos Estados Unidos divulgou na segunda-feira um vídeo falsificado que simulava a morte do convicto por abuso sexual Jeffrey Epstein, como parte do último lote de arquivos liberados sobre o caso. Pouco tempo depois, a filmagem foi removida do site oficial, sem que o órgão explicasse o motivo da ação.
Origem e circulação do vídeo fake
O vídeo de 12 segundos teria entrado nos arquivos do FBI porque alguém o enviou por e-mail com a dúvida se a gravação era real. Segundo análises da revista Wired, o material parecia coincidir com uma animação de gráficos 3D postada no YouTube em 2019. Outras publicações, incluindo a BBC, identificaram a origem do vídeo em conteúdo publicado na plataforma em 2020. Antes da retirada, uma mensagem de um terceiro questionando a autenticidade do vídeo também acompanhou a publicação, aponta a análise.
Razões por trás do envio e remoção
O Departamento de Justiça não respondeu às solicitações da TIME sobre por que o vídeo foi divulgado inicialmente ou por que foi retirado posteriormente. A apreensão de imagens falsas revela os desafios que a agência enfrenta ao tentar cumprir a Lei de Transparência dos Arquivos Epstein, sancionada pelo ex-presidente Donald Trump em novembro de 2024, que obriga a divulgação de todo o material relacionado a Epstein e Ghislaine Maxwell em até 30 dias.
Críticos afirmam que o governo vem dificultando o cumprimento dessa lei, devido à quantidade enorme de documentos e às tentativas de manter sigilos sobre informações sensíveis de vítimas e investigações em andamento. Além disso, há suspeitas de encobrimento pelo fato de nem todos os arquivos estarem acessíveis até o momento.
Contexto e controvérsias envolvendo Epstein
Ao longo dos anos, alguns aliados de Donald Trump promoveram teorias conspiratórias alegando que Epstein, que morreu no cárcere em agosto de 2019, teria sido assassinado antes de enfrentarem julgamento por tráfico sexual. O governo Trump, por sua vez, reforçou a versão oficial de suicídio após uma investigação que analisou 300 gigabytes de evidências e concluiu que Epstein tirou a própria vida, sem indícios de homicídio.
O relatório, divulgado em julho pela FBI e pelo Departamento de Justiça, também revelou que Epstein teria ferido mais de mil vítimas, sendo que informações sigilosas sobre elas estão contidas nos arquivos públicos. O documento destacou: “Nosso compromisso é combater a exploração infantil e fazer justiça às vítimas. Teorias infundadas não contribuem para esses objetivos.”
Arquivos disponíveis e próximos passos
Na página oficial do Departamento de Justiça, os materiais disponíveis estão sob o título “Biblioteca Epstein”. Entre os documentos, há transcrições de testemunhos, fotos de propriedades de Epstein — incluindo sua mansão na cidade de Nova York, uma ilha particular nas Ilhas Virgens Americanas, além de registros envolvendo figuras públicas associadas ao caso.
O órgão declarou que continuará a liberar o restante do material, embora o processo de revisão e edição ainda esteja em andamento. O próximo passo esperado é a publicação de documentos adicionais, sempre com cautela para não comprometer investigações ou a privacidade das vítimas.
Para saber mais, acesse a reportagem completa no site da TIME.


