Um caso preocupante veio à tona em Santos, litoral de São Paulo, onde um técnico de enfermagem e instrumentador cirúrgico, Sidnei Alves Monteiro, de 47 anos, foi demitido após cair no golpe do falso médico. O incidente, que gerou repercussão nas redes sociais e nos noticiários, não apenas afetou a carreira de Sidnei, mas também levanta questões sobre a segurança da informação em instituições de saúde.
O golpe e as consequências
As informações coletadas pelo portal g1 revelam que Sidnei foi contactado pelo golpista através de um ramal telefônico utilizado pelos funcionários do hospital Beneficência Portuguesa, onde trabalhava. O homem se passou por um médico verdadeiro da unidade e possuía informações detalhadas sobre os pacientes da UTI, o que deu credibilidade ao seu discurso. Desorientado e sem apoio administrativo, Sidnei acabou enviando informações confidenciais, como listas de ramais e prontuários, seguindo a solicitação do suposto profissional.
“Estava prestes a desligar o ramal devido ao tempo que estava perdendo, e acabei enviando os prontuários, sem saber que se tratava de um golpe”, relatou o técnico. Segundo ele, os documentos enviados continham apenas a capa, onde não constavam números de telefone dos pacientes. No entanto, o hospital argumentou que mesmo assim houve uma violação das normas internas.
Reação do hospital e demissão
A demissão de Sidnei foi justificativa pela Gerência de Enfermagem do hospital, que alegou descumprimento das normas da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). O hospital destacou que o ex-funcionário não apenas expôs informações sensíveis de um paciente, mas também contatou o golpista usando seu próprio celular, intensificando a gravidade da situação.
O hospital, em seu comunicado oficial, ressaltou que a proteção dos dados dos pacientes deve ser prioritária e que informações sobre saúde só podem ser compartilhadas com a devida autorização do médico responsável. Além disso, a instituição afirmou que tomou todas as providências legais necessárias para apurar a situação, permitindo que Sidnei prestasse esclarecimentos sobre o ocorrido.
Repercussões na vida de Sidnei
A demissão causou grande impacto na vida pessoal e profissional de Sidnei, que se descreveu triste e abalado. Como pessoa com deficiência visual e pai de família, ele expressou preocupação quanto à dificuldade de encontrar um novo emprego em um cenário tão competitivo, especialmente em um período festivo como o Natal. “Minha carreira de 18 anos foi manchada por eu levar o golpe. Sinto que sou o culpado, mas na verdade fui enganado”, desabafou.
Busca por justiça
Após o ocorrido, Sidnei registrou um boletim de ocorrência e pretende processar o hospital por sua demissão. “Acredito que as circunstâncias, somadas à falta de apoio e orientação, contribuíram para que isso tudo acontecesse. Espero que minha situação possa ajudar a prevenir que outros profissionais caiam no mesmo golpe”, destacou.
Investigações em andamento
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) registrou o caso como estelionato, encaminhando-o ao 2º Distrito Policial de Santos para investigação. Até o momento, não há novidades sobre o paradeiro do golpista ou se outras vítimas foram afetadas por seus atos.
Este caso lamentável levanta preocupações sobre segurança da informação em hospitais e a proteção dos dados pessoais dos pacientes. É crucial que as instituições de saúde reforcem a formação e a conscientização de seus colaboradores sobre riscos que podem resultar em violações de dados e estelionatos como o que Sidnei enfrentou.
A situação de Sidnei é um lembrete a todos os profissionais de saúde sobre a importância de estar atentos e sempre aplicar práticas seguras na manipulação de informações sensíveis, preservando assim a integridade e a segurança dos pacientes.
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