Na manhã desta terça-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu posse ao novo ministro do Turismo, Gustavo Feliciano, que sucede Celso Sabino no cargo. A troca, anunciada na semana passada, ocorre após a expulsão de Sabino do União Brasil, partido ao qual pertence, por desobedecer uma ordem interna de deixar sua posição no governo.
Nomeação estratégica impulsionada por alianças políticas
A escolha de Gustavo Feliciano, filho do deputado federal Damião Feliciano (União Brasil-PB), é vista como parte de uma estratégia do governo para fortalecer suas alianças políticas. Integrantes do Planalto comentaram que a nomeação foi resultado de um entendimento entre o governo e uma facção do União Brasil que se comprometeu a apoiar a reeleição de Lula no próximo ano. Essa articulação teve o respaldo do presidente do partido, Antônio Rueda, e foi realizada por um grupo de parlamentares que são mais alinhados à administração federal. O União Brasil possui 59 deputados, e esse grupo que apoia o governo é composto por cerca de 20 integrantes.
Relação familiar e política
Damião Feliciano, pai de Gustavo, é um dos líderes da ala mais próxima ao governo dentro do União Brasil e atua como vice-líder do Planalto na Câmara dos Deputados. A presença de figuras como Damião Feliciano na política local indica uma fase de consolidação de alianças e apoio a Lula, algo que se mostra cada vez mais necessário em um cenário político onde a competição por votos se intensifica.
Além disso, segundo fontes governamentais, há uma expectativa de que ministros e membros de segundo escalão estejam alinhados ao presidente e votem a favor de sua reeleição nas eleições de 2024. Essa estratégia se estende também a partidos que se consideram independentes, mas que começam a esboçar candidaturas presidenciais para 2026.
Apoio no estado e relações interpartidárias
A escolha de Gustavo Feliciano também conta com a simpatia do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), o que evidencia uma rede de alianças em torno de sua nomeação. Motta e Feliciano possuem uma relação próxima, o que pode reforçar a estabilidade do novo ministro no cargo.
Perfil de Gustavo Feliciano: experiência e formação
Natural de Campina Grande, na Paraíba, Gustavo Costa Feliciano é formador em Direito e possui uma trajetória política marcada pelo envolvimento em sua região. Ele atuou como secretário de Turismo e Desenvolvimento Econômico da Paraíba durante o primeiro governo de João Azevêdo, cargo que ocupou até sua renúncia em dezembro de 2021. A sua trajetória também inclui uma passagem como presidente do diretório municipal do PDT, partido que historicamente abrigou sua família.
Gustavo é filho da ex-vice-governadora da Paraíba, Lígia Feliciano, que se destacou na política local ao trocar o PDT pela União Brasil em 2023. Vale mencionar que Lígia rompera com Azevêdo e optou por não participar da coligação que reelegeu o governador em 2022, o que demonstra a complexidade das relações políticas em sua família.
Desafios à frente do Ministério do Turismo
Com uma experiência política considerável, mas sem jamais ter ocupado um cargo eletivo, Gustavo enfrentará desafios significativos ao assumir o Ministério do Turismo, especialmente em um momento em que o setor busca se reerguer após a reclusão imposta pela pandemia de COVID-19. Além de lidar com a recuperação do turismo no Brasil, será fundamental que sua gestão tenha êxito em articular apoio e recursos adequados para impulsionar iniciativas que promovam o setor, além de fortalecer a imagem do país como um destino turístico seguro e atrativo.
Gustavo Feliciano chega ao ministério com a missão de representar interesses regionais e, ao mesmo tempo, de consolidar uma agenda que dialogue com a diversidade cultural e econômica do Brasil. As expectativas em relação à sua atuação são altas, e seu sucesso poderá ser crucial não apenas para a pasta que comanda, mas para as eleições presidenciais que se aproximam.
Por fim, a estratégia de Lula em promover Gustavo não só reflete uma decisão de governança, mas também um movimento político que visa garantir apoio contínuo para o governo, em um período onde as disputas políticas se acirram e as alianças se tornam cada vez mais essenciais.



