No segundo dia de greve, os passageiros enfrentam longas filas na Central do Brasil devido à paralisação dos motoristas e funcionários da Viação Real. O movimento, que começou na madrugada da última segunda-feira (22), resultou na suspensão de 12 linhas de ônibus essenciais que conectam o Centro às Zonas Sul e Oeste do Rio de Janeiro. Com milhar de passageiros afetados, a situação se agrava, especialmente em horários de pico.
Motivos da greve
O Sindicato dos Rodoviários informou que a greve foi desencadeada pela falta de pagamento de salários, vales-alimentação, Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e férias por parte da empresa. José Carlos Sacramento, vice-presidente do sindicato, expressou sua preocupação com a continuidade da paralisação: “Os trabalhadores estão irredutíveis e garantem que só retornam quando todos os seus direitos forem pagos.”
Até o final da segunda-feira, apenas duas linhas da Viação Real, a 315 (Central x Recreio) e 163 (Terminal Gentileza x Copacabana), estavam operando parcialmente, com apoio de outras empresas. As demais linhas seguiram paralisadas.
Problemas financeiros da Viação Real
O presidente do sindicato, Sebastião José, destacou que os atrasos salariais são apenas uma parte do problema. “Há não pagamento de férias desde outubro, verbas rescisórias, FGTS e INSS atrasados desde junho. Ademais, as deduções feitas nos contracheques para pensões e empréstimos consignados não estão sendo repassadas para os bancos e entidades financeiras”, explicou.
A situação está alarmante e, conforme as informações de funcionários e do sindicato, uma paralisação similar foi ensaiada por trabalhadores da Viação Vila Isabel, mas foi revertida após negociações, permitindo que algumas linhas, como 433 (Vila Isabel x Copacabana) e 548 (Metrô Botafogo x Terminal Alvorada), voltassem a circular, ainda que de maneira limitada.
Linhas afetadas e alternativas para os passageiros
Com a greve da Viação Real, diversas linhas de ônibus essenciais foram afetadas. Algumas das linhas que estão fora de operação incluem:
- 108 – Terminal Gentileza x Ipanema
- 110 – Terminal Gentileza x Leblon
- 112 – Terminal Gentileza x Gávea
- 181 – Rodoviária x São Conrado
- 222 – Vila Isabel x Gamboa
- 309 – Central x Alvorada
- 460 – São Cristóvão x Leblon
- 472 – Triagem x Leme
- 585 – Largo do Machado x Jardim de Alah
- 955 e 957 – Maré x Alvorada
Com os transtornos criados pela greve, a Secretaria Municipal de Transportes (SMTR) orienta os passageiros a utilizarem o metrô, VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) e BRT (Bus Rapid Transit) como alternativas para se deslocarem pela cidade. Além disso, foi solicitado um aumento na operação das linhas municipais que atendem rotas semelhantes às das linhas paralisadas.
A SMTR implementou um reforço na operação de algumas linhas para atender a demanda crescente dos passageiros afetados pela greve. Entre as linhas com reforço estão:
- 107 – Central x Urca
- 109 – Santo Cristo x São Conrado
- 161 – Terminal Gentileza x Ipanema
- 169 – Terminal Gentileza x General Osório
- 232 – Lins x Castelo
- 409 – Saens Peña x Horto
- 410 – Saens Peña x Gávea
- 552 – Terminal Alvorada x Rio Sul
- 583 e 584 – Cosme Velho x Leblon
Expectativas para o futuro
O impasse entre os trabalhadores da Viação Real e a empresa permanece, e não há previsões concretas para a resolução do conflito. Os passageiros, ansiosos por uma solução rápida, continuam a se aventurar entre as longas filas, em busca de alternativas de transporte. O cenário atual reflete não apenas a fragilidade do sistema de transporte público, mas também a urgência em garantir os direitos trabalhistas dos motoristas e funcionários que enfrentam um período de incertezas financeiras.
Enquanto a negociação não se concretiza, a reivindicação dos rodoviários se torna um retrato das dificuldades enfrentadas no dia a dia dos trabalhadores do transporte público. A preocupação com a continuidade da greve e a falta de transporte para milhares de passageiros residem no ar, clamando por atenção e solução urgente.


