Brasil, 23 de dezembro de 2025
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Governo monta força-tarefa para garantir pagamento de emendas

A Secretaria de Relações Institucionais (SRI) do governo federal criou uma força-tarefa no Palácio do Planalto para garantir que as emendas parlamentares sejam pagas até o dia 31 de dezembro. Essa iniciativa surge como uma medida preventiva para evitar novas instabilidades políticas entre o Executivo e o Congresso, especialmente em um momento delicado, já que apenas 56% dos recursos destinados a essas emendas foram pagos até agora.

Desafios na execução orçamentária de 2025

O cenário da execução orçamentária de 2025 é complicado, uma vez que o orçamento só foi sancionado em abril, o que pressionou ainda mais a equipe governamental. Os servidores estão sendo convocados a trabalhar em turnos estendidos para regularizar toda a papelada e cumprir as exigências necessárias para a liberação dos recursos. A expectativa é que a intensificação do trabalho na SRI e em outros ministérios permita que o governo cumpra os prazos estabelecidos.

A responsabilidade de enviar a autorização final ao Tesouro Nacional para os pagamentos das emendas recai sobre a SRI, que deve apresentar a documentação devidamente regularizada. Com a proximidade do fim do ano, espera-se que essa burocracia seja superada rapidamente para não causar mais atrasos.

Situção das emendas parlamentares

Atualmente, dos R$ 50,38 bilhões destinados a emendas parlamentares, apenas R$ 28,14 bilhões foram desembolsados. Na prática, isso significa que aproximadamente R$ 22,2 bilhões correm o risco de serem transformados em restos a pagar, adiando a sua utilização para exercícios futuros. Embora os R$ 41,5 bilhões tenham sido empenhados, a realidade é que a eficiência do governo neste aspecto tem sido questionada tanto pelos parlamentares quanto pela SRI.

A execução das emendas neste ano é regulada por novas normas estabelecidas em março, que visam assegurar maior transparência e rastreabilidade dos processos. Contudo, essas novas exigências têm causado descontentamento entre os parlamentares, que alegam que a complexidade burocrática e a demora na aprovação do orçamento estão atrasando a liberação de recursos essenciais para seus estados.

Diferenciação na distribuição dos recursos

A situação revela uma disparidade na liberação dos tipos de emendas. As emendas individuais, obrigatórias, receberam a maior parte dos desembolsos, totalizando R$ 19,05 bilhões, enquanto as emendas de bancada e de comissão receberam valores significativamente menores. Isso tem gerado descontentamento nas bancadas menores, que, mesmo com a pressão por uma melhor execução, acabam recebendo menos recursos.

Além disso, uma análise por partidos destaca que as maiores bancadas, como a do PL e do PT, figram entre as mais beneficiadas, recebendo quantias mais altas em comparação a partidos com representação menor, como PSOL e Rede. Essa dinâmica tem acentuado o mal-estar nas relações políticas, à medida que parlamentares de diferentes siglas se vêem pressionados a justificar a falta de investimentos por parte dos governantes.

Tensões políticas e perspectivas futuras

Com apenas uma semana até o fim do ano, a relação entre o Executivo e o Legislativo está em um ponto crítico. O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, expressou publicamente a insatisfação dos deputados quanto ao ritmo de pagamento das emendas, considerada ainda muito lenta. Esse clima de tensão tem afetado a capacidade da SRI de gerir o diálogo entre as partes envolvidas, levando a um potencial colapso nas articulações políticas se a questão não for resolvida rapidamente.

O deputado Danilo Forte observou que a falta de previsibilidade nos pagamentos afeta diretamente a capacidade dos parlamentares de atenderem suas bases. As novas exigências burocráticas, apresentadas no fim do processo, têm gerado um obstáculo significativo, dificultando a realização de um trabalho eficaz em benefício das comunidades.

As autoridades reconhecem que os desafios enfrentados neste ano não são apenas consequência de questões políticas, mas também de mudanças institucionais que têm exigido adaptações rigorosas nas práticas de execução das emendas. Com um novo modelo que representa um aumento da impositividade das emendas, as discussões sobre sua eficácia ainda estão longe de um consenso claro no Congresso.

Com o nível de tensão atingindo seu pico, a SRI se esforça para administrar a pressão e implementar compromissos públicos para acelerar os pagamentos antes do encerramento do ano legislativo. A situação atual representa um teste crucial para o governo em sua capacidade de gerenciar as complexas dinâmicas políticas e orçamentárias que definem o cenário nacional, ao mesmo tempo que busca cumprir promessas feitas durante a campanha eleitoral.

No âmbito político, melhorias significativas no processo de execução e um diálogo aberto entre as partes serão fundamentais para restaurar a confiança e garantir que os investimentos prometidos atinjam os cidadãos brasileiros onde são mais necessários.

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