A família de Lucinete Freitas, uma cearense que foi encontrada morta em Portugal, está passando por um momento de dor e complicações burocráticas para trazer seu corpo de volta ao Brasil. Além da tristeza pela perda, os familiares relatam a dificuldade na comunicação com as autoridades, a lentidão dos processos e a ausência de condições financeiras para arcar com os custos do traslado internacional, uma vez que o corpo ainda não foi liberado pelas autoridades portuguesas.
Complicações na repatriação do corpo
Teodoro Júnio, marido de Lucinete, expressou sua angústia ao buscar apoio para viabilizar a repatriação do corpo. Ele afirmou que a família tem insistido em diversos canais, como o consulado brasileiro e autoridades portuguesas, bem como procurado a ajuda de políticos e do Ministério das Relações Exteriores, para que os procedimentos sejam agilizados. “Queremos justiça! Esse crime não pode ficar impune. Estamos lutando para trazer o corpo da minha esposa de Portugal para cá. A Lucinete merece ter um enterro digno,” destaca Teodoro.
O primeiro contato que a família teve com o plantão consular em Lisboa ocorreu na sexta-feira (19), logo após receberem a triste notícia. Segundo Teodoro, a comunicação inicial foi breve e realizada por WhatsApp, o que o deixou ainda mais confuso e atordoado. Somente dois dias depois, ele conseguiu conversar com o consulado de forma mais clara, recebendo orientações sobre a documentação necessária para a liberação do corpo.
Opções para a repatriação sem custos
A expectativa da família é que o traslado do corpo seja feito sem custo, com base em um decreto assinado pelo presidente Lula em junho deste ano. Este decreto permite flexibilizar a proibição do custeio de traslado de corpos de brasileiros em situações excepcionais. Para tanto, a família deve comprovar sua incapacidade financeira e ainda o falecimento deve ocorrer em circunstâncias que causam comoção.
De acordo com as informações de Teodoro, o consulado se comprometeu a ajudar na obtenção da certidão de óbito e a fornecer instruções sobre como comprovar oficialmente a dificuldade financeira para custear a repatriação.
Assistência do Ministério das Relações Exteriores
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil afirmou que está prestando a assistência necessária aos familiares da vítima através dos consulados em Faro e Lisboa. No entanto, o ministério optou por não divulgar detalhes específicos sobre a assistência oferecida, o que tem deixado a família ainda mais angustiada.
O crime e a prisão da suspeita
Lucinete Freitas foi encontrada morta em uma área de mata próxima a Lisboa e estava desaparecida desde 5 de dezembro. A Polícia Judiciária de Portugal prendeu uma mulher brasileira de 43 anos, que é suspeita de homicídio qualificado e ocultação de cadáver. A polícia não divulgou os detalhes que podem ter levado a esse crime, mas informou que a motivação foi considerada fútil.
Contexto da vida de Lucinete em Portugal
A brasileira, de 55 anos, residia sozinha em Amadora, na região metropolitana de Lisboa, e mantinha planos de trazer sua família para Portugal em 2026. No seu último contato com o marido, Lucinete falava sobre visitar um apartamento que a família estava em vias de alugar. Porém, sua ausência em um compromisso marcado para o dia seguinte gerou preocupações. De acordo com o que foi relatado por Teodoro, Lucinete havia enviado uma mensagem informando que iria viajar para o Algarve com uma amiga, que agora é suspeita no caso de seu assassinato.
Este trágico episódio destaca a complexidade e o estresse emocional que as famílias enfrentam em situações de perda não apenas por uma morte trágica, mas também pelos entraves burocráticos que dificultam a realização de um funeral digno. Como muitos brasileiros que buscam uma nova vida em outro país, Lucinete deixa um legado de esperança e a luta de sua família por justiça.
O caso continua a ser investigado e aguarda desdobramentos enquanto a família se esforça para dar um último adeus a Lucinete em sua terra natal.


