Brasil, 22 de dezembro de 2025
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Revitalização da Praça Rosa Alves da Silva mantém grama natural

A Praça Rosa Alves da Silva, localizada na Vila Mariana, Zona Sul de São Paulo, passou por um grande debate após a proposta de revitalização que previa a substituição da grama natural por grama sintética. O projeto gerou uma revolta significativa entre os moradores da região, que temiam danos ao meio ambiente e à utilização do espaço público. Após uma série de protestos, a subprefeitura decidiu manter a grama natural, priorizando a preservação ambiental e o uso coletivo do local.

O contexto da revitalização

A Praça Rosa Alves da Silva conta com mais de 13 mil m² e é um importante espaço de lazer e convivência para a comunidade local. Antes da proposta de revitalização, a praça incluía um “campão”, que é uma mistura de grama natural e terra batida, utilizado para atividades esportivas e passeios de animais de estimação. Contudo, a administração municipal planejava a instalação de um campo sintético de rugby, o que provocou reações negativas por parte da comunidade.

Preocupações com o meio ambiente

Os moradores expressaram preocupações justificáveis sobre os impactos ambientais que a grama sintética poderia causar. Entre os problemas citados estão o aumento da temperatura local, a impermeabilização do solo e a contaminação por microplásticos. A instalação desse tipo de grama poderia transformar a praça em uma “ilha de calor”, aumentando a temperatura e tornando o espaço menos agradável e seguro, especialmente para crianças e animais.

Em resposta a essas preocupações, a subprefeitura anunciou que, após reuniões com a comunidade e a Câmara Municipal, decidiu revogar a proposta original e manter a grama natural. A revitalização agora incluirá melhorias na drenagem e a ampliação do campo, sem comprometer o caráter verde do espaço.

Protestos e mobilização da comunidade

A decisão da subprefeitura não teria sido possível sem a mobilização dos moradores. Na segunda-feira (15), um protesto foi organizado e conseguiu suspender o início das obras previstas. Com cerca de 2 mil assinaturas em um abaixo-assinado, a comunidade acionou diferentes órgãos, como o Conselho Participativo Municipal e o Conselho Regional de Meio Ambiente, em busca de revisão do projeto.

“Ficamos no local até termos certeza de que a obra não aconteceria”, conta Lina Ceschin, moradora local que se organizou para protestar. A união da comunidade foi fundamental para influenciar a decisão da subprefeitura, que inicialmente não tinha levado em conta as preocupações dos moradores.

Impactos financeiros do projeto

Além das questões ambientais, o projeto também levanta preocupações financeiras. A obra tinha um orçamento inicial de R$ 4.489.504,22, mas a empresa responsável pela reforma solicitou um aumento de R$ 1 milhão para iniciar os trabalhos, elevando o custo total para R$ 5.588.004,16. A administração municipal, liderada pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB), concordou com o novo valor, gerando ainda mais descontentamento entre os cidadãos.

A visão dos especialistas

Especialistas em meio ambiente e paisagismo, como o botânico Ricardo Cardim, criticam fortemente a adoção de grama sintética. Cardim afirma que, embora essa opção possa tracionar a performance esportiva, os riscos à saúde e ao meio ambiente superam os benefícios. Ele recomenda alternativas mais sustentáveis que preservem a permeabilidade do solo e a qualidade do espaço público.

A diversidade de usos da praça

A Praça Rosa Alves da Silva é um espaço utilizado por diversos grupos da comunidade. Além de moradores e seus animais de estimação, é frequentada por atletas de diferentes modalidades esportivas, como o rugby e o futebol. A proposta de transformação em um campo sintético gerou medo de que o espaço se tornasse exclusivo, limitando o acesso e a interação entre diferentes usuários.

“Todos convivem muito bem e é um ecossistema que funciona bem”, enfatiza Lina. Com o apoio da comunidade e a decisão da subprefeitura, a revitalização da praça respeitará, portanto, o uso compartilhado e a relação harmoniosa com o meio ambiente.

Conclusão

A decisão de manter a grama natural na Praça Rosa Alves da Silva representa uma vitória da comunidade da Vila Mariana. A luta dos moradores não só preservou um importante espaço de convivência da região, mas também destacou a necessidade de considerar impactos ambientais em projetos de revitalização urbana. A gestão municipal deverá agora se concentrar em implementar melhorias que respeitem tanto as necessidades da população quanto a sustentabilidade ambiental.

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