A Prefeitura de São Paulo recuou de sua decisão inicial de fechar o Centro de Acolhida Especial para Famílias (Caef) Ebenezer, que se tornou um importante abrigo para imigrantes e refugiados, acolhendo atualmente 157 pessoas de várias nacionalidades, incluindo crianças e idosos. A medida foi anunciada em uma nota oficial da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, afirmando que o centro continuará operando e que os contratos com a entidade geridora, o Centro de Apoio e Pastoral do Migrante (Cami), seriam mantidos.
Contexto da decisão
Inicialmente, a gestão municipal tinha a intenção de encerrar as atividades do Caef Ebenezer até o final de dezembro, uma ação que gerou forte resistência da instituição responsável pela administração do espaço e da Defensoria Pública. Essas entidades se mobilizaram para contestar o fechamento, temendo que a interrupção das atividades prejudicasse as famílias que dependem do apoio oferecido no local.
Na reunião realizada no dia 22 de dezembro, a Secretaria anunciou que a continuidade do serviço visa não apenas a manutenção dos 31 postos de trabalho, mas também assegurar a proteção das famílias imigrantes durante o difícil processo de adaptação em um novo país. O diretor-executivo do Cami, Roque Renato Pattussi, ressaltou a importância do diálogo aberto que se estabeleceu, permitindo que as necessidades das famílias fossem consideradas.
A importância do Caef Ebenezer
Inaugurado em setembro de 2022, o Caef Ebenezer, localizado na Avenida Professor Edgar Santos, na Zona Leste de São Paulo, é pioneiro no acolhimento de refugiados, especialmente aqueles oriundos do Afeganistão. Esse centro é projetado para oferecer um ambiente seguro onde as famílias possam permanecer unidas, sem separação entre adultos e crianças.
Além de abrigo, o centro oferece uma gama de serviços, incluindo regularização migratória, encaminhamento para unidades de saúde e atividades de capacitação, como oficinas e cursos voltados para a reintegração social e o desenvolvimento das habilidades dos acolhidos. O Centro ainda recebe a visita de representantes do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), que monitora o funcionamento e a eficácia do atendimento.
Reações à decisão
Após a decisão da prefeitura de manter o Caef Ebenezer em operação, Pattussi afirmou que o diálogo é fundamental para o avanço das políticas públicas voltadas para migrantes e refugiados. “Com essa decisão, conseguimos salvar o Natal de muitas famílias que estavam com medo de perder o abrigo e o emprego. Este é um passo significativo para fortalecer a colaboração entre o Cami e a prefeitura, e um avanço nas políticas públicas”, destacou Pattussi.
As famílias acolhidas no Caef Ebenezer incluem um número diversificado de nacionalidades, refletindo a realidade da imigração no Brasil. Existem cinco famílias afegãs, seis marroquinas, sete congolesas, entre outras, totalizando uma comunidade rica em cultura e experiências. A continuidade do serviço garante que essas famílias não sejam deslocadas para unidades menos preparadas para oferecer o suporte necessário.
Perspectivas para o futuro
Com a manutenção do Caef Ebenezer, a prefeitura e o Cami se comprometem a reavaliar as estratégias de assistência aos imigrantes, garantindo que tanto os que estão sendo acolhidos quanto os que trabalham no centro tenham seus direitos respeitados. Essa decisão também destaca a importância de um planejamento mais abrangente para o atendimento a migrantes e refugiados no contexto da cidade.
A medida é uma vitória para a comunidade imigrante, que frequentemente enfrenta desafios adicionais em busca de uma vida digna em um novo país. A luta por direitos e reconhecimento continua sendo um aspecto fundamental na vida dessas famílias, que agora podem contar com um abrigo seguro e suporte adequado para seus processos de adaptação.
O Caef Ebenezer representa não apenas um local de abrigo, mas também um espaço de esperança e reconstrução para aqueles que fugiram de situações de violência e instabilidade. Com esse novo encaminhamento, a prefeitura e suas parcerias terão a oportunidade de desenvolver um modelo de acolhimento mais eficaz e respeitoso com a dignidade humana.


