Na tarde desta segunda-feira (22), foi inaugurada a nova ponte Juscelino Kubitschek, que liga Estreito (MA) a Aguiarnópolis (TO), colocando um fim a um luto que se arrastou por um ano após a tragédia que resultou no colapso da antiga estrutura. A nova travessia surge como um alívio, porém, para muitos, a memória das vidas perdidas ainda reverberará neste dia.
Uma missa em memória das vítimas
Hoje à noite, em Teresina, familiares e amigos do caminhoneiro Kecio Francisco dos Santos Lopes, de 42 anos, se reunirão para uma missa simbólica que marca o primeiro ano da sua morte. Kecio era uma das vítimas da queda da ponte, que desabou exatamente um ano atrás, no dia 22 de dezembro de 2024, deixando um rastro de dor e saudade.
A cerimônia de hoje não apenas recorda Kecio, mas também presta homenagem à sua irmã, Kelma Kelly Lopes dos Santos, que faleceu em 2023. A missa traz à tona a dor daqueles que ficaram e a importância de honrar a memória de quem se foi.
Relembrando o colapso da ponte
O desabamento da ponte ocorreu pouco antes das 15h, quando o vão central desmoronou, levando vários veículos junto com ele. Infelizmente, o trágico acidente resultou na morte de catorze pessoas, enquanto três ainda permanecem desaparecidas. Apenas um homem sobreviveu ao desastre, um milagre em meio à tragédia que abalou a região.
Kecio estava dirigindo uma carreta carregada com defensivos agrícolas no momento da queda. Seu corpo foi encontrado dois dias depois, em um estado avançado de decomposição, levando que seus familiares realizassem um velório breve. O sepultamento aconteceu no dia 25 de dezembro, numa data que deveria ser de celebração e que agora remete à dor.
Legado e tristeza
Os familiares de Kecio descrevem-no como um homem trabalhador e amoroso, um pai dedicado que deixava uma filha de apenas sete anos. Ele morava próximo aos pais e sempre esteve presente na vida da família. “Era um pai de família, apaixonado pela filha, fazia tudo por ela, era muito parceiro dos pais. […] A filha dele está arrasada, porque já entende tudo”, conta Mikaella Ramos, prima de Kecio.
A dor da perda é aguda, com muitos expressando que o sofrimento é exacerbado pelo fato de a tragédia ter sido evitável. “Choramos pela perda, pela saudade, e por saber que isso poderia ter sido evitado se houvesse cuidado com a ponte”, reflete a prima, marcando um sentimento coletivamente compartilhado por muitas famílias que perderam entes queridos na tragédia.
O futuro da nova ponte
A nova ponte Juscelino Kubitschek não representa apenas a restauração de uma rota de transporte vital, mas sim um passo significativo para a comunidade, que ansiava por segurança e confiança nas infraestruturas locais. As autoridades, ao inaugurarem a nova ponte, prometem reforçar a fiscalização e os cuidados com as estradas, garantindo que acidentes como o de um ano atrás não se repitam.
Enquanto a nova estrutura se torna parte do cotidiano da região, a memória dos que partiram permanece viva. A inauguração da ponte, portanto, se torna um marco de renovação, mas também de reflexões sobre segurança e a importância de prevenir tragédias futuras. Com esse evento, espera-se que a dor da perda eventualmente dê espaço à esperança de um futuro mais seguro para todos.


