A cidade do Rio de Janeiro enfrenta uma crise no transporte público, após a paralisação dos funcionários das viações Real Auto Ônibus e Vila Isabel, que continua sem previsão de término. Esta greve, iniciada na madrugada de segunda-feira (22), tem implicações significativas para milhares de passageiros, com diversas linhas de ônibus afetadas.
Motivos da paralisação e reivindicações dos rodoviários
De acordo com Sebastião José, presidente do Sindicato dos Rodoviários, a paralisação é resultado de atrasos nos salários e benefícios dos trabalhadores. “Os motoristas só voltarão a trabalhar após o pagamento das quantias devidas. Buscamos diálogo com a empresa, mas nossas tentativas foram frustradas”, afirmou Sebastião.
O movimento grevista envolve não apenas motoristas, mas também mecânicos e funcionários administrativos, somando cerca de 1,3 mil trabalhadores. As principais reivindicações incluem:
- Atraso no pagamento de salários e do vale-alimentação;
- Férias não pagas desde outubro;
- Falta de depósito do FGTS e INSS;
- Demissões sem pagamento de verbas rescisórias;
- Não repasse de pensões alimentícias e empréstimos consignados;
- Cancelamento de plano odontológico sem aviso prévio;
- Condições de trabalho precárias, com ônibus sem manutenção e infestação de baratas.
Impacto da paralisação no transporte público
As consequências imediatas da greve estão sendo sentidas em várias regiões da cidade, com o Centro de Operações e Resiliência da Prefeitura do Rio (COR-Rio) informando que 12 linhas de ônibus estão completamente fora de circulação e outras quatro operam de forma parcial. As linhas totalmente paralisadas incluem a 105, 108, 110, 112, 181, 222, 309, 432, 439, 460, 463 e 538, enquanto as linhas com circulação parcial são a 163, 315, 433 e 548.
A situação está complicando o deslocamento das pessoas, que dependem do transporte público para suas atividades diárias. A Prefeitura do Rio esclareceu que está ao corrente da situação e que os repasses de subsídios para os consórcios estão em dia, evidenciando que o impasse é entre as empresas e seus funcionários.
Alternativas para os passageiros
Em meio à crise, a Secretaria Municipal de Transportes (SMTR) está orientando os passageiros a utilizarem outras formas de transporte, como o metrô, VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) e o BRT (Bus Rapid Transit). Além disso, a SMTR está reforçando a operação de linhas de ônibus municipais que atendem trajetos similares às linhas paralisadas, com as seguintes linhas recebendo reforço: 107, 109, 161, 169, 232, 409, 410, 435, 552, 583 e 584.
Perspectivas futuras para os rodoviários
Esta é a segunda paralisação dos rodoviários em apenas três meses no Rio de Janeiro, levantando questões sobre a regularidade das condições de trabalho no setor de transporte. Até o momento, ainda não há previsões de novas rodadas de negociação entre os sindicatos e as empresas envolvidas.
A situação traz à tona a necessidade urgente de um diálogo eficaz entre os trabalhadores e as empresas para resolver as pendências e melhorar as condições de trabalho no transporte público carioca. A comunidade atenta as últimas atualizações sobre o retorno das operações normais e a resolução dos problemas que levaram à paralisação.


