No último domingo (21), os frequentadores da praia de Itanhaém, no litoral de São Paulo, tiveram uma experiência inusitada: um lobo-marinho foi avistado descansando nas pedras, chamando a atenção de banhistas e curiosos. As imagens capturadas por Guilherme Pires, um trabalhador local, viralizaram, mostrando o momento raro.
Um encontro inesperado
Guilherme, de 19 anos, que trabalha em uma barraca na praia, foi um dos primeiros a registrar a aparição do animal. “Foi a primeira vez que eu vi um lobo-marinho assim de perto. Eu nunca tinha visto um animal desse, ainda mais aqui na praia de Itanhaém”, contou. Segundo ele, logo que o lobo-marinho apareceu, uma multidão se formou ao redor, todos fascinados pelo animal.
O avistamento ocorreu por volta das 10h30 da manhã. O Corpo de Bombeiros foi acionado para gerenciar a situação, tanto para garantir a segurança dos banhistas quanto para evitar possíveis atropelamentos do animal. Felizmente, a visita do lobo-marinho foi breve, durando cerca de 10 minutos antes de retornar ao mar.
A natureza se faz presente
De acordo com o biólogo Eric Comin, o termo “lobo-marinho” é usado para descrever diversas espécies de mamíferos pinípedes da família Otariidae. Esses animais são facilmente identificáveis pelas suas orelhas externas e pela habilidade de “caminhar” em terra firme, utilizando as nadadeiras traseiras. Essa característica os diferencia das focas, que não possuem orelhas visíveis.
Eric Comin explica que os lobos-marinhos têm um corpo robusto e uma pelagem densa, composta por duas camadas de pelo, que ajudam a regular a temperatura corporal. Suas nadadeiras são fortes, permitindo que eles se movimentem com agilidade tanto na água quanto em terra.
Espécies e comportamento
A espécie mais comum encontrada no litoral brasileiro é o lobo-marinho-sul-americano (Arctocephalus australis). Durante o inverno, esses animais costumam aparecer nas praias do Sul e Sudeste em busca de descanso ou para escapar de correntes marítimas frias, geralmente oriundos de colônias reprodutivas no Uruguai e na Argentina.
Essa aparição em Itanhaém não é algo frequente, por isso a comoção entre os banhistas foi tão grande. O biólogo alerta: “Caso veja um lobo-marinho na praia, não tente devolvê-lo ao mar. Eles saem da água para descansar ou regular a temperatura corporal.” É importante manter distância e acionar órgãos ambientais para lidar com a situação, como o Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS Itanhaém) pelo telefone (13) 3426-8168.
A importância da preservação
Eventos como esse destacam a necessidade de preservação da fauna marinha e da conscientização sobre a presença de animais silvestres. Eles são parte do ecossistema e merecem ser respeitados e protegidos. Para muitos, o lobo-marinho representa não apenas um encontro raro, mas uma oportunidade de reflexão sobre a biodiversidade que habita nossas praias.
Além disso, a interação respeitosa com a vida selvagem é fundamental. Quando um animal como o lobo-marinho se aproxima das praias urbanas, ele pode estar buscando alimento, descanso ou até mesmo tratamento por doenças, o que demonstra a importância de estudos e ações de conservação.
Em um mundo onde a natureza e o ser humano muitas vezes se veem em conflito, encontros como o de Itanhaém nos lembram da beleza da vida selvagem e da importância da coexistência harmoniosa. Mais do que uma curiosidade, a aparição do lobo-marinho é um convite à reflexão sobre como podemos proteger e respeitar as diversas formas de vida que compartilham nosso planeta.
Com a aproximação do verão, é essencial que os banhistas estejam atentos e respeitem as regras de convivência com a fauna local, garantindo que tanto os humanos quanto os animais possam desfrutar das belezas naturais do litoral de São Paulo.


