Investidores e analistas estão cada vez mais preocupados com o setor de inteligência artificial, que, apesar de impulsionar a economia e gerar valor bilionário como o da Nvidia, enfrenta questionamentos sobre sua sustentabilidade. A crescente valorização de startups como OpenAI, responsável pelo ChatGPT, levanta dúvidas se o mercado está em uma bolha semelhante às anteriores crises da área.
O histórico da inteligência artificial e as raízes do medo de uma bolha
A origem da IA remonta à reunião de pesquisadores em Dartmouth, em 1956, que buscavam imitar a inteligência humana por meio de máquinas. Nos anos seguintes, o financiamento do Projeto DARPA impulsionou o avanço da tecnologia, mas ciclos de entusiasmo e decepções marcaram a história do setor.
Nos anos 1980, por exemplo, o foco estava nos “sistemas especialistas”, programas que codificavam conhecimentos humanos em regras formais, como diagnosticar doenças ou aprovar empréstimos. Apesar de investimentos consideráveis e sucesso inicial, esses sistemas frequentemente apresentavam resultados desastrosos, como um caso em que um sistema sugeriu que uma infecção tinha relação com uma amniocentese, sem reconhecer o gênero do paciente.
Desafios na avaliação do progresso em IA
Com o surgimento de modelos como ChatGPT e Claude, a questão central mudou. Agora, a tarefa de avaliar a eficiência dessas IAs é complexa, pois muitas atividades humanas envolvem criatividade, julgamento subjetivo e contextos específicos difíceis de serem medidos por métodos padronizados. Essa limitação faz parte do quadro que alimenta o temor de uma nova crise econômica no setor.
O risco de uma nova crise na IA
Segundo especialistas, a ausência de métricas precisas para mensurar a qualidade real da IA pode levar a uma bolha semelhante às que ocorreram no passado, como a do período dos “expert systems”. Quando os investidores perceberem a dificuldade de avaliação, o mercado pode sofrer uma queda abrupta.
Perspectivas para o futuro da inteligência artificial
Apesar das dúvidas, o setor continua atraindo bilhões de dólares de venture capital, na esperança de que a IA transforme diversos segmentos econômicos e substitua empregos, como ocorreu com operadoras de switchboard e digitadores.
Analistas ressaltam que o avanço da tecnologia deve depender de melhorias nos métodos de avaliação e de resultados concretos, além de uma maior transparência na utilização desses sistemas. O caminho para evitar crises futuras passa por entender melhor as limitações atuais e adicionar rigor à mensuração do desempenho da IA.
A discussão sobre a sustentabilidade econômica dessa inovação ainda está em andamento, mas o histórico da tecnologia mostra que o sucesso só será duradouro se os critérios de avaliação evoluírem junto com ela.


