Lançado em 1986, o Sistema de Notificação de Eventos Adversos de Vacinas (VAERS) dos EUA foi criado com boas intenções, mas hoje é frequentemente usado para espalhar desinformação, alertam especialistas. Em 2004, o anestesiologista James Laidler fingiu uma reação monstruosa ao vacina para demonstrar a facilidade de manipulação do sistema.
VAERS passa a ser manipulado por fake news
O VAERS permite que qualquer pessoa reporte possíveis efeitos colaterais de vacinas, sem necessidade de comprovação. Assim, relatos falsos, como a história de Laidler, podem criar um retrato distorcido da segurança vacinal. Segundo Dr. Paul Offit, especialista em vacinas, o sistema serve como um alerta precoce, mas também é frequentemente distorcido por ativistas anti-vacina, alimentando medo e desconfiança pública.
Origens e objetivos do VAERS
Desde sua criação, o sistema visa identificar possíveis problemas com as vacinas, auxiliando na vigilância epidemiológica. Sua estrutura passiva, que captura relatos espontâneos, é sua maior força e fraqueza ao mesmo tempo. Dorit Reiss, professora de direito na Universidade da Califórnia, explica que o sistema é útil para detectar sinais, mas pode gerar pânico com informações não verificadas.
Risco de uso político e desinformação
Relatos enganosos sobre efeitos adversos alimentam campanhas de desinformação e resistência às vacinas. Laidler, por exemplo, admitiu ter enviado uma história falsa para mostrar como o sistema pode ser manipulado. “Se não fosse por minha autorização, ela permaneceria lá”, afirmou ele em seu blog, ressaltando a vulnerabilidade do mecanismo.
Desafios na comunicação pública sobre vacinas
Apesar de esforços do governo para explicar o propósito do VAERS, há dificuldades em convencer o público de que os dados são preliminares e não indicam causalidade direta. Para especialistas, a educação sobre o funcionamento do sistema é crucial para evitar que fake news continuem influenciando a saúde pública.
Perspectivas e medidas futuras
Analistas defendem que é necessário reforçar a comunicação clara e transparentar a manipulação de dados, além de fortalecer a educação sobre os benefícios das vacinas. Assim, o VAERS poderá cumprir seu papel de guardião da segurança, sem se tornar fonte de calunias que prejudicam a imunização coletiva.


