Os comerciantes do camelódromo de Marília, no interior de São Paulo, enfrentam uma transição desafiadora. A Prefeitura decretou que o prazo para a desocupação da área anexa ao camelódromo se encerrará no dia 31 de dezembro de 2025. Essa decisão foi tomada após uma longa disputa judicial iniciada em 2019, quando a concessionária Rumo solicitou a devolução do espaço, que é parte do traçado da malha ferroviária que corta a cidade.
Entenda o histórico da disputa
A disputa envolvendo o camelódromo teve início em 2019, quando a Rumo, que administra a linha férrea, pediu a devolução da área situada ao lado do Terminal Urbano de Marília. Desde então, um processo complexo de negociações se desenrolou, envolvendo a concessionária, a Prefeitura e os comerciantes que operavam no local.
O espaço em questão faz parte de um projeto mais amplo que prevê a reativação da ferrovia entre Bauru e Panorama, um trecho que está desativado há anos. A volta das operações ferroviárias visa criar um corredor logístico eficiente para o escoamento de cargas, o que inclui uma série de obras de recuperação já em andamento.
A situação dos comerciantes
Os comerciantes que atuam no camelódromo expressaram sua preocupação e insatisfação em relação ao processo de indenização oferecido pela Prefeitura. Rosilene Barbado, sócia de um restaurante no local há mais de quatro anos, revelou à televisão local, TV TEM, que considera o valor da indenização de R$ 17 mil insuficiente. “A gente queria realmente um outro local para continuar trabalhando. Pegar um pouquinho de dinheiro, que não vai suprir as necessidades nem de mudança, nem de nada, que é muito pouco mesmo”, desabafa Rosilene.
A visão da administração municipal
Em entrevista ao TEM Notícias, Pedro Galhardo, procurador do município, explicou que, embora tenha havido estudos sobre a realocação dos comerciantes, a solução mais viável, do ponto de vista econômico e administrativo, foi a opção da indenização. “O estudo mostrou que, dentro da razoabilidade e da economicidade, seria mais vantajoso para a administração optar pela indenização”, afirmou Galhardo.
Esse cenário levanta preocupações sobre o futuro dos comerciantes e como eles se adaptarão a essa nova realidade, uma vez que muitos deles dependem exclusivamente de suas atividades no camelódromo para sustentar suas famílias. A Prefeitura de Marília está determinada a garantir que os comerciantes recebam a indenização proposta, embora a insatisfação e a incerteza ainda permeiem a situação.
Próximos passos e soluções
Com o prazo de desocupação se aproximando, a Prefeitura promete que seguirá acompanhando a situação dos comerciantes e buscará formas de minimizar o impacto causado pela desocupação. Enquanto isso, muitos dos trabalhadores locais estão em busca de novos locais para estabelecer suas atividades, o que traz um novo conjunto de desafios, desde a logística até a adaptação a novos espaços comerciais.
A situação dos comerciantes do camelódromo de Marília serve como um lembrete da complexidade das questões comerciais e urbanas nas cidades brasileiras. Enquanto a infraestrutura ferroviária é modernizada, é vital que as necessidades e as vozes dos trabalhadores sejam consideradas, garantindo que todos tenham uma chance justa de continuar suas atividades.
Essa saga envolvendo a desocupação do camelódromo em Marília destaca não apenas a importância da ferrovia para o desenvolvimento logístico regional, mas também a necessidade de se assegurar que a economia local não seja sacrificado em nome de obras de infraestrutura. A reativação da linha férrea pode ser um passo importante para o progresso, mas é crucial que esse progresso seja equilibrado com a realidade dos comerciantes e seus desafios cotidianos.
Para mais notícias sobre a situação dos comerciantes de Marília e os desdobramentos relacionados à desocupação do camelódromo, continue acompanhando o noticiário local.


