Brasil, 21 de dezembro de 2025
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Negócio lucrativo: caçadores e comércio de meteoritos crescem no Brasil e no mundo

Em um mundo onde o interesse por rochas vindas do espaço aumenta, caçadores de meteoritos e o comércio dessas pedras representam uma atividade em expansão global, incluindo o Brasil. O fenômeno combina paixão pela ciência, lucros elevados e debates sobre legalidade e proteção patrimonial.

Caçadores de meteoritos: paixão e lucratividade

Roberto Vargas, americano de origem porto-riquenha, abandonou a carreira como terapeuta em 2021 para se dedicar exclusivamente à busca por meteoritos pelo mundo. Motivado pela curiosidade e pelo potencial financeiro, Vargas revelou ao The Documentary Podcast que, ao vender meteoritos na Costa Rica, obteve mais de US$ 40 mil em poucos dias, o que mudara sua vida.

Hoje, Vargas defende que o interesse pelo espaço também é uma questão científica. “Queremos que as rochas estejam nas mãos de pesquisadores e protegidas para estudo”, afirmou. Sua história exemplifica como o mercado de meteoritos virou uma fonte de renda, levando muitas pessoas a explorar o planeta em busca dessas rochas.

O mercado e o valor dos meteoritos

Desde os anos 1990, o mercado de meteoritos cresceu graças à procura de colecionadores e investidores. Segundo a professora Sarah Russell, do Museu de História Natural de Londres, um meteorito é uma rocha que chegou à Terra após atravessar a atmosfera, quando sua parte externa derrete e forma uma crosta de fusão distinta.

O valor varia conforme tamanho, raridade, origem e estado da fragmentação. Peças comuns podem ser adquiridas por cerca de R$ 1 por grama, enquanto espécimes únicos, como um meteorito marciano de 24 quilos vendido por US$ 4,3 milhões (aproximadamente R$ 21,5 milhões), alcançam preços milionários. A transparência, contudo, é uma questão: há muitas falsificações na internet.

Controvérsias e regulações

A venda de meteoritos gera debate sobre sua legalidade e propriedade. Em novembro de 2023, um meteorito marciano foi leiloado em Nova York, vindo do Níger, levantando questionamentos sobre sua extração. Autoridades do país africano analisam o caso, pois o Brasil, por exemplo, possui legislação que exige autorização para exportação de objetos patrimoniais.

Especialistas alertam que regras variam entre países: na Austrália, há restrições severas, enquanto no Reino Unido a legislação é mais relaxada. A Organização Meteorítica Brasileira, composta por cientistas brasileiras, defende uma regulamentação que permita a comercialização responsável, garantindo o estudo científico e a proteção do patrimônio.

Os interesses de cientistas e o risco de contrabando

Além do mercado privado, há grupos dedicados a proteger meteoritos para a ciência. As Meteoríticas, organização formada por brasileiras, viajam a locais de impacto para garantir amostras para pesquisa, levando em consideração o valor científico de peças raras.

Apesar das legislações, o contrabando de meteoritos, especialmente nas regiões com grande patrimônio como a Argentina, que abriga o Campo del Cielo, tem se intensificado. O perigo de roubo ou saque evidencia a necessidade de leis mais rígidas e fiscalização madura para equilibrar interesse privado e científico.

Impactos e futuro da busca por meteoritos

Os meteoritos ajudam a entender a origem do sistema solar e a composição de outros corpos celestes. Segundo a professora Russell, a dificuldade de adquirir peças valiosas para estudos é um dos obstáculos no avanço da pesquisa espacial. Vargas reforça que sua motivação é o lado científico e o reconhecimento de que essas rochas devem beneficiar a comunidade acadêmica.

O crescimento dos colecionadores e investidores torna o acesso às rochas mais difícil para as instituições científicas. A demanda privada eleva os preços, dificultando a aquisição por museus e universidades. Assim, o mercado de meteoritos caminha para um equilíbrio delicado entre comércio legal, pesquisa e preservação do patrimônio espacial.

Para saber mais sobre o mercado de meteoritos, acesse o artigo completo no G1.

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