No último dia 16, o bairro Alto do Cabrito, em Salvador, foi palco de um crime brutal que resultou na morte de três funcionários de uma empresa de internet. Ricardo Antônio da Silva Souza, de 44 anos, Jackson Santos Macedo, de 41, e Patrick Vinícius dos Santos Horta, de 28 anos, foram encontrados com marcas de tiros e com as mãos e pés amarrados. A tragédia levanta questionamentos sobre a relação dos técnicos com o tráfico de drogas, além de expor a gravidade da violência na região.
A investigação e o andamento do caso
O crime é investigado pela Polícia Civil da Bahia, que aponta que a motivação pode estar relacionada à instalação de câmeras de segurança pela empresa Planet Internet em uma área dominada pelo tráfico. A Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) confirmou que o traficante Jeferson Caíque Nunes dos Santos, conhecido como “Badalo”, um dos suspeitos do assassinato, foi morto em confronto com a polícia poucos dias depois do crime. Ele havia saído do presídio da capital baiana em outubro deste ano.
Além de “Badalo”, um outro suspeito, identificado como Jonatas Amorim Nascimento, foi preso durante a Operação Signum Fractum, realizada em vários bairros de Salvador. Os agentes da polícia também desarticularam um ponto de venda de drogas e apreenderam entorpecentes, balanças de precisão e materiais para acondicionamento de drogas em uma operação que envolveu mais de 50 policiais.
As vítimas e suas histórias
O caso chocou a comunidade local e deixou familiares em luto. Patrick Vinícius, um dos mortos, tinha apenas dois dias de trabalho na empresa e era pai de um menino de 7 anos. Ele lutava jiu-jítsu e estava desempregado antes de conseguir a nova oportunidade. O primo de Patrick enfatizou a perda do rapaz, descrevendo-o como um trabalhador dedicado e um bom coração.
Ricardo Antônio, que também foi brutalmente assassinado, tinha uma rotina de trabalho intensa e deixou uma filha de 14 anos. Sua esposa, Sônia Regina, expressou sua dor diante da tragédia e destacou que Ricardo era uma pessoa honesta e trabalhadora que dedicou sua vida à família.
Jackson Santos, por sua vez, era casado e pai de um jovem de 19 anos. Ele utilizou seu carro pessoal para ir ao trabalho no dia do crime, mas o veículo desapareceu e foi encontrado dias depois, o que aumenta o mistério em torno do caso. O fato de que as vítimas não possuíam registros policiais contrasta com a narrativa de envolvimento com o crime, algo que a delegada responsável pelo caso, Ligia Nunes de Sá, reforçou em entrevistas.
O papel da Polícia Civil
Cabe à Polícia Civil esclarecer as circunstâncias do crime e trazer respostas à família e à sociedade. O secretário de Segurança Pública do estado, Marcelo Werner, declarou que solucionar o caso é uma prioridade e pediu o apoio da população para coletar informações que possam auxiliar nas investigações. A pressão da sociedade e a cobertura da mídia devem manter o foco nesse crime horrendo, que ilustra os desafios de segurança em Salvador.
Com os enterros dos três homens ocorrendo na quarta-feira, dia 17, as cerimônias reuniram amigos, familiares e comunidade, que lamentaram a perda precoce dessas vidas. A dor é palpável, e a busca por justiça se torna cada vez mais urgente, em meio ao sentimento de revolta e indignação gerados por mais um ato de violência em um cenário marcado pelo domínio do tráfico de drogas.
A tragédia não é apenas uma estatística; são vidas interrompidas de homens que buscavam dignidade por meio do trabalho. Enquanto as investigações continuam, a esperança é de que as injustiças sejam esclarecidas, e que a população se una em torno da necessidade de segurança e proteção em suas comunidades.


