O ex-deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) gerou uma onda de polêmica ao publicar um vídeo em seu perfil no Instagram, no qual critica a icônica fabricante de sandálias Havaianas e, em um ato simbólico, joga um par de sandálias no lixo. O político, atualmente nos Estados Unidos, teve seu mandato cassado por faltas pela mesa diretora da Câmara dos Deputados.
A polêmica com Havaianas e o comercial criticado
No vídeo, Eduardo Bolsonaro expressa sua surpresa ao descobrir que as Havaianas, que ele acreditava serem um símbolo nacional querido até por estrangeiros, escolheram uma pessoa de ideologia de esquerda para ser a garota-propaganda das sandálias. Ele se referia à atriz Fernanda Torres, protagonista do filme “Ainda Estou Aqui”, que aborda o período da ditadura militar no Brasil e que foi um dos vencedores do Oscar 2025.
A atriz, no novo comercial das Havaianas, sugere que as pessoas não comecem o ano de 2026 com o “pé direito”, mas sim com os dois pés. “Desculpa, mas eu não quero que você comece 2026 com o pé direito. Não, não é nada contra a sorte, mas vamos combinar: sorte não depende de você”, diz Fernanda em seu discurso publicitário. O conteúdo provocou reações de descontentamento nas redes sociais, especialmente entre políticos de direita.
Críticas de Eduardo Bolsonaro
Eduardo não poupou críticas e, em um tom irônico, disse: “Só que eu me enganei, eles escolheram para ser a garota propaganda da sandália uma pessoa declaradamente de esquerda. Uma pessoa que não está nem aí, ou melhor, defende a prisão da Débora do batom.” Após tal explanação, ele arrematou suas Havaianas no lixo e sugeriu que a empresa se aconselhasse com uma produtora de cervejas que, segundo ele, havia “se descolado da realidade” e sofrido um prejuízo bilionário.
A interação negativa com a Havaianas não é isolada. Recentemente, outros políticos e influenciadores da direita também expressaram sua insatisfação com a marca, levando a um debate amplificado nas redes sobre patriotismo e identidade nacional.
A situação de Eduardo Bolsonaro nos EUA
Eduardo Bolsonaro está em autoexílio nos Estados Unidos desde fevereiro de 2023. Recentemente, ele foi indiciado por crimes de coação no curso do processo que investigava sua tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito. As investigações da Polícia Federal indicam que ele estaria nos EUA articulando sanções contra autoridades brasileiras, com o objetivo de dificultar o processo que levou seu pai, Jair Bolsonaro, à prisão por tentativa de golpe de Estado.
As atitudes de Eduardo geraram repercussão tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, tornando-o uma figura polêmica nas redes sociais. A prática de associar produtos a ideologias políticas é uma questão que, cada vez mais, gera discussões acaloradas, especialmente em um país tão polarizado como o Brasil atualmente.
Reações do público e impacto social
As reações ao vídeo de Eduardo foram amplas, com muitos usuários das redes sociais expressando apoio ou oposição a sua atitude. A polarização em torno do tema levantou questões sobre a liberdade de expressão, o papel das marcas nas disputas políticas e o que significa ser um “símbolo nacional”. Enquanto alguns aplaudiram a atitude do ex-deputado, outros questionaram a necessidade de levar tal discussão aos extremos.
A marca Havaianas, por outro lado, não se manifestou publicamente sobre as declarações de Eduardo, o que pode indicar uma estratégia de distanciamento das polêmicas ideológicas. A empresa, conhecida internacionalmente, pode estar buscando manter seu apelo universal, evitando se envolver em assuntos políticos que possam alienar partes do mercado consumidor.
Essa situação evidencia como cada vez mais, produtos e marcas estão sujeitos ao intenso escrutínio público e como as redes sociais podem amplificar vozes e sentimentos em relação a questões que, até então, podiam parecer distantes do cotidiano. Assim, o debate em torno das Havaianas e sua campanha publicitária não deve se restringir apenas ao que foi dito, mas se desdobrar em muitas outras questões que permeiam a sociedade brasileira atual.
