Nos mais recentes documentos liberados pelo Departamento de Justiça dos EUA, Bill Clinton parece ter sido fotografado com Ghislaine Maxwell, associada próxima do financista Jeffrey Epstein, em um contexto sem nenhuma sugestão de má conduta por parte do ex-presidente. As imagens foram obtidas como parte de um conjunto de arquivos parcialmente divulgados, que inclui cenas de Clinton em uma piscina ao lado de outros indivíduos, cuja identidade foi redigida.
Arquivo Epstein e a liberação de documentos
A liberação dos arquivos do caso Epstein ocorreu na noite de sexta-feira, com o Departamento de Justiça publicando documentos em uma seção intitulada “Biblioteca Epstein” em seu site, por volta das 21h GMT. Essa iniciativa foi gerada como resposta a questões de transparência sobre os relacionamentos e atividades de Epstein, um notório pedófilo e financiador que foi encontrado morto em sua cela em 2019.
Bill Clinton estabeleceu uma relação social e filantrópica com Epstein nos anos posteriores ao seu mandato presidencial. Durante este período, Clinton embarcou em vários voos no jato particular de Epstein, com registros indicando entre 26 e 27 voos entre 2002 e 2003, embora a assessoria de Clinton descreva esses voos como quatro viagens relacionadas ao trabalho da Fundação Clinton.
Clinton se defende e nega complicidade
Clinton sempre negou ter qualquer conhecimento das atividades criminosas de Epstein. Ele afirma que cortou laços com Epstein por volta de 2005 e nunca visitou a ilha particular do financiador. “Não sei nada sobre os crimes terríveis que Epstein cometeu”, declarou Clinton em várias ocasiões, destacando sua postura defensiva em relação ao assunto.
A presença frequente do nome de Clinton em documentos judiciais e recentes liberações de arquivos levantou questões. Peter Baker, correspondente-chefe da Casa Branca para o New York Times, comentou no X, sobre a situação do ex-presidente, sugerindo que o atual ex-presidente Donald Trump estaria tentando desviar a atenção de seus próprios vínculos com Epstein ordenando investigações sobre os que estavam mais próximos ao milionário.
Aspectos técnicos da liberação dos documentos
Após a divulgação dos documentos, o site da Biblioteca Epstein enfrentou altas demandas, resultando em filas de usuários para acessar os arquivos. Muitos relatam que, ao tentarem entrar, foram informados de que “seu número na fila foi rejeitado”, com uma opção para “garantir um novo lugar na fila”. Uma nota de privacidade na biblioteca fez um alerta sobre a possibilidade de vazamento involuntário de informações pessoais, assegurando que esforços razoáveis foram feitos para revisar e redigir informações sensíveis sobre vítimas e outros indivíduos privados.
A nota também reconheceu que, devido ao grande volume de informações, poderia haver dados que inadvertidamente incluíssem informações pessoais não públicas ou outros conteúdos sensíveis, inclusive relacionados a questões de natureza sexual.
As autoridades pediram que o público reportasse imediatamente qualquer informação inadequada que fosse encontrada nos documentos liberados, a fim de corrigir rapidamente o problema.
A atenção contínua sobre esses arquivos e as figuras proeminentes mencionadas faz parte de um esforço mais amplo para elucidar as complexas redes sociais e financeiras que cercavam Jeffrey Epstein e suas atividades ilícitas.
