Brasil, 21 de dezembro de 2025
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Brinquedos com IA: inovação que desperta alertas sobre segurança e privacidade infantil

A interação entre crianças e brinquedos inteligente com IA generativa se consolidou como uma tendência disruptiva no mercado de brinquedos. Capazes de manter conversas fluidas e imprevisíveis, esses produtos prometem ser “companheiros de IA”, mas geram preocupações sobre proteção, privacidade e regulação. Em vários países, incluindo o Brasil, debates e regulações começam a acompanhar essa inovação.

Brinquedos de IA ganham espaço e viralizam nas redes

Produtos como Miko 3, Alilo Smart AI Bunny, Curio Grok, Miriat Miiloo e FoloToy Sunflower Warmie se tornaram populares e viralizaram durante as festas de fim de ano nos Estados Unidos. Alguns já estão disponíveis em marketplaces brasileiros, importados por consumidores interessados em tecnologia inovadora. Essas novidades representam uma nova geração de brinquedos que atuam como “companheiros de IA”, capazes de criar diálogos abertos com as crianças.

Potencial de benefícios e riscos

Desafios em segurança e privacidade

Dados coletados por esses dispositivos, como reconhecimento facial e inferências emocionais, ficam armazenados por até três anos, expondo as crianças a riscos de privacidade. Um relatório do Fundo Educacional dos Estados Unidos aponta que alguns modelos foram capazes de fornecer informações perigosas, como locais de objetos potencialmente nocivos ou até conteúdos pornográficos, além de demonstrar dificuldades ao filtrar tópicos adultos. Segundo os pesquisadores, a ausência de notificações e o presentation como “amigos confiáveis” aumentam os riscos de compartilhamento de informações pessoais.

Luiz Alexandre Reali, gerente do Observatório Brasileiro de Inteligência Artificial, alerta que a presença de IA no ambiente infantil deve ter limites claros. “Faz um monitoramento completo, podendo até ser hackeado, e promove uma experiência que pode prejudicar o desenvolvimento criativo das crianças”, afirma.

Implicações regulatórias e éticas

No Brasil, embora não exista legislação específica para brinquedos com IA, o Código de Defesa do Consumidor e o novo ECA Digital reforçam a necessidade de proteção de dados e limites claros na comunicação com o público infantil. A advogada Cintia Andrade explica que as empresas precisarão adaptar seus produtos para garantir a privacidade e evitar práticas abusivas, como publicidade que explora a inocência das crianças.

Patrícia Álvares Dias, diretora do Procon-SP, destaca que o uso de dados para criar perfis ou estimular comportamentos de consumo pode configurar prática abusiva. Ela reforça que a cadeia envolvida — fabricante, importador, comerciante e plataformas — responde solidariamente por eventuais danos, especialmente quando o público é vulnerável.

O que está em jogo na evolução dos brinquedos com IA

Especialistas defendem que as tecnologias voltadas ao público infantil precisam deixar claro que não são humanas, não são amigas e têm limites. A tendência de apresentá-las como “companheiros” pode induzir a relações de dependência ou confiança excessiva, além de explorar a inexperiência da criança.

Além disso, preocupações sobre o uso indevido de dados, armazenamento de informações sensíveis e a falta de transparência nos processos de coleta reforçam a necessidade de uma regulação mais rigorosa. Segundo o Procon, o cenário exige maior fiscalização, que pode incluir autuações e leis específicas para esse mercado emergente.

Perspectivas e recomendações

O avanço dessas tecnologias requer uma atuação responsável por parte das fabricantes e reguladores. Para os pais, a recomendação é acompanhar o uso dos brinquedos, ler cuidadosamente políticas de privacidade, questionar o funcionamento dos dispositivos e denunciar eventuais problemas às autoridades.

De forma geral, a discussão em torno da inteligência artificial na infância reforça a importância de equilibrar inovação e proteção. Como pontua Luiz Alexandre Reali, “a criança precisa de um mundo de criatividade e imaginação, e cada vez mais os brinquedos perdem esse aspecto, o que pode comprometer seu desenvolvimento saudável”.

Fonte: Fonte original

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