O Superior Tribunal de Justiça (STJ) encerrou o ano judiciário de 2025 com um número recorde de 500.622 processos recebidos, conforme dados divulgados pelo presidente do tribunal, ministro Herman Benjamin. A quantidade preocupa a corte, que enfrenta o desafio de manter a qualidade da prestação jurisdicional diante do aumento de demandas.
Reforço na gestão e tecnologia impulsionam resultados
Durante a sessão de encerramento dos trabalhos, Herman Benjamin destacou que, em 2025, o tribunal realizou 771.418 julgamentos, incluindo recursos internos, e baixou 512 mil processos. O esforço de modernização, com investimentos em inteligência artificial e capacitação, contribuiu para que os ministros proferissem, em média, 6,15 decisões por minuto, em jornadas de oito horas diárias.
Redução do acervo e otimização dos recursos
Entre as ações bem-sucedidas, a implementação de juízes convocados de forma excepcional para apoio temporário nos gabinetes mostrou resultados expressivos. Na Terceira Seção, houve redução de 61,5% no volume de processos sobre direito penal, passando de 83.977 em 2024 para 54.502 em 2025. Além disso, a assessoria de admissibilidade, Recursos Repetitivos e Relevância (ARP) conseguiu diminuir significativamente os processos encaminhados aos ministros, filtrando recursos que apresentam menor potencial de reforma.
Avanços na análise de temas repetitivos e fixação de teses
Herman Benjamin ressaltou o crescimento de 64% nos julgamentos de temas repetitivos e a elevação de 39% nas afetações de recursos, o que resultou na fixação de 79 teses jurídicas com aplicação nacional, contribuindo para a uniformização da jurisprudência.
Inovação tecnológica e capacitação fortalecem o tribunal
O presidente destacou que o STJ é um dos tribunais mais avançados do mundo em tecnologia da informação. O principal destaque é a ferramenta de inteligência artificial generativa STJ Logos, que auxilia na análise processual e teve aumento de 40% no número de usuários em 2025. A corte também investiu na capacitação de servidores, nomeando 193 novos colaboradores aprovados em concurso público.
Participação internacional e temas sociais
O ano também foi marcado por eventos de cooperação internacional com países como China, Índia, África do Sul e Indonésia. Além disso, o tribunal realizou iniciativas para discutir a situação de grupos vulneráveis, como idosos, negros, autistas e mulheres, atento às críticas relacionadas à representatividade feminina no Judiciário, que atualmente ainda apresenta déficit de mulheres em sua composição.
Atuação do Conselho da Justiça Federal e avanços institucionais
O ministro Herman Benjamin também avaliou positivamente o trabalho do Conselho da Justiça Federal (CJF), que criou novas varas federais e implementou políticas para incentivar magistrados a atuar em regiões de difícil provimento. A gestão responsável do acervo e a redução do número de processos foram destacadas como metas alcançadas pela vice-presidência do tribunal, sob o comando do ministro Luis Felipe Salomão, que registrou a maior baixa de processos na história do tribunal, com redução de 78,94% em comparação a 2024.
Formação e expansão da Enfam em 2025
O diretor-geral da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam), Benedito Gonçalves, evidenciou as ações de 2025, como as novas edições do Exame Nacional da Magistratura (Enam), que habilitaram mais de 16 mil candidatos incluindo negros, quilombolas e pessoas com deficiência. A escola também ampliou sua atuação com forte ênfase na formação de magistrados para promover maior diversidade de gênero e racial.
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