UE sinaliza assinatura de acordo com Mercosul para início de janeiro
Os presidentes da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e do Conselho Europeu, António Costa, enviaram uma carta ao presidente Lula da Silva reafirmando o compromisso de assinar o Acordo de Parceria e o Acordo Provisório de Comércio entre a União Europeia (UE) e o Mercosul no início de janeiro de 2026. A mensagem ocorre mesmo com o adiamento inicial, que estava previsto para 20 de dezembro.
Adiamento parcial e detalhes da assinatura
No documento, datado de 19 de dezembro e divulgado nesta segunda-feira (20), os dirigentes europeus explicam que a assinatura, inicialmente prevista para o dia 20, não ocorrerá nesta data devido à necessidade de concluir procedimentos internos no Conselho da UE. Segundo eles, essas etapas estão sendo finalizadas “sem demora”, sem alterar o compromisso político com o avanço do acordo.
“Gostaríamos de transmitir nosso firme compromisso em proceder com a assinatura do Acordo de Parceria e do Acordo Provisório de Comércio no início de janeiro, em um momento a ser acordado entre ambas as partes”, afirmam Von der Leyen e Costa na carta enviada ao Palácio do Planalto.
O papel de Lula e as negociações
Os presidentes europeus destacam o papel pessoal do presidente Lula nas negociações e atribuem ao seu engajamento a manutenção do “impulso e da confiança” para a assinatura. Para eles, os acordos representam uma base central para fortalecer os laços políticos, econômicos e estratégicos entre a UE e o Mercosul.
Apesar do otimismo europeu, o governo brasileiro expressou frustração com a indefinição da UE, que ainda discute questões agrícolas e ambientais. Lula afirmou, na manhã deste sábado, durante discurso na cúpula do Mercosul, que o grupo sul-americano continuará buscando outros parceiros comerciais.
“Tínhamos em nossas mãos a possibilidade de transmitir ao mundo uma mensagem importante em defesa do multilateralismo e de fortalecer nossa posição estratégica em cenário global cada vez mais competitivo. Infelizmente, a Europa não se definiu”, criticou Lula. Ele acrescentou que, enquanto a Europa não avançar, o Mercosul seguirá trabalhando com outros parceiros, ressaltando que a negociação já dura 26 anos.
Expectativas e próximos passos
A previsão é de que o acordo seja assinado em janeiro, após os debates sobre medidas agrícolas serem concluídos na UE. O presidente do Mercosul também reconheceu a expectativa de fechar o tratado nesta presidência do bloco regional, mas lamentou o atraso na decisão europeia.
Segundo fontes próximas às negociações, a assinatura deve ocorrer em um momento de maior alinhamento político, mesmo com desafios ainda pendentes na discussão das questões ambientais e agrícolas entre os blocos.
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