O final de 2025 revela um cenário econômico global mais resiliente do que o previsto, com expectativas de crescimento e menor impacto das tensões comerciais, influenciando também o Brasil de forma indireta. No entanto, as incertezas políticas e financeiras mantêm vigilância sobre os riscos futuros com a chegada de 2026.
Contexto internacional: otimismo moderado com desafios à vista
As previsões para a economia mundial em 2026 demonstram uma inclinação otimista, impulsionada por cortes recentes nas taxas de juros pelos principais bancos centrais, como o Federal Reserve, que visam estimular o crescimento. Segundo análises recentes, o crescimento global deve se manter por volta de 3,2%, apesar das tensões comerciais e políticas prolongadas (Fonte).
Políticas fiscais e impacto nas taxas de juros
Políticas fiscais mais frouxas e maiores gastos em diferentes regiões — Estados Unidos, Europa e Japão — devem continuar apoiando o crescimento, embora acelerem o aumento na inclinação das curvas de juros, refletindo preocupação com o aumento da dívida pública e o risco de inflação futura. Os bancos centrais mantêm uma postura cautelosa, equilibrando cortes de juros com vigilância inflacionária.
Brasil: acomodando-se a mudanças globais e ano eleitoral
Por aqui, o Banco Central permanece comprometido em manter a inflação sob controle, insistindo em uma política de juros elevados. A expectativa é que a taxa Selic diminua ao longo do primeiro trimestre de 2026, mas sem acelerar o afrouxamento monetário para evitar pressões inflacionárias. As transferências fiscais e o forte mercado de trabalho ajudam a sustentar o consumo mesmo com juros altos.
Riscos fiscais e a dicotomia da economia brasileira
Apesar do cenário de cautela, a desaceleração da atividade econômica e as pressões inflacionárias moderadas indicam uma trajetória de estabilidade temporária. No entanto, a maior preocupação reside na vulnerabilidade fiscal, agravada por um ambiente político instável com o calendário eleitoral. Uma possível mudança nas políticas econômicas ou um choque externo, como a desaceleração da economia global, pode afetar o câmbio e provocar correções no mercado financeiro.
Desafios e oportunidades à frente
Especialistas alertam que a dependência de investimentos ligados à inteligência artificial e a forte concentração dos efeitos de riqueza no setor de tecnologia podem gerar uma bifurcação significativa na economia, com forte expansão de setores ligados à inovação e retração de segmentos tradicionais, como a indústria e o mercado de trabalho de média e baixa renda.
Segundo analistas, um possível choque, seja por uma desaceleração global ou por uma crise política interna, poderá levar a ajustes bruscos nos preços de ativos e ao movimento de fuga para a segurança, impactando especialmente o câmbio e a composição da dívida pública brasileira, que tende a ficar mais cara com o aumento das taxas de juros internacionais.
Para 2026, o cenário global permanece favorável, mas exige prudência e ajustes constantes por parte do Brasil para evitar surpresas negativas e aproveitar oportunidades de crescimento sustentável. Como destacado por especialistas, a política monetária e fiscal será crucial para manter o equilíbrio na economia nacional neste ano de eleições.


