Brasil, 20 de dezembro de 2025
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Partido Missão processa governo por propaganda polêmica

No último sábado (20/12), o Partido Missão protocolou uma representação junto à Procuradoria-Geral da República (PGR) contra um comercial veiculado pelo governo federal. Segundo o partido, a peça publicitária expõe adolescentes de forma sexualizada e faz apologia ao narcotráfico, levantando um intenso debate sobre a moralidade das mensagens transmitidas em campanhas oficiais.

A polêmica da propaganda

Em seu documento, o partido afirma que a propaganda em questão exalta uma suposta leveza e festividade do povo brasileiro, mas na prática, exibe imagens de um baile funk, um estilo musical historicamente associado ao narcotráfico. As cenas mostram adolescentes femininas dançando de maneira erotizada, gerando reações fortes e críticas de diversos setores da sociedade.

“Na ânsia de garantir a reeleição do presidente da República, os setores de propaganda do governo violaram toda a ordem jurídica brasileira, atentando de forma grave contra os direitos humanos”, afirma Renan Santos, presidente do Partido Missão.

Teoria da defesa e pedidos do Partido Missão

A repercussão negativa foi imediata, levando o partido a exigir a retirada do material das redes sociais do governo. Renan Santos declarou: “Ante o exposto, pede-se que o MPF aja imediatamente, de forma cautelar, para retirar tal publicidade institucional. Pede-se também que seja ajuizada ação civil pública em face da União e ação penal em face dos responsáveis pela propaganda”.

Após a apresentação da representação, o Metrópoles confirmou que a propaganda foi excluída das contas do governo federal, onde havia sido publicada inicialmente na sexta-feira (19/12) pela Secretaria de Comunicação do Executivo Federal na plataforma X.

Contexto das polêmicas morais

Este não é o primeiro embate de Renan Santos com questões morais. Em setembro de 2021, um vídeo de 2018, onde ele fez uma fala controversa sobre violência de gênero, gerou uma onda de críticas nas redes sociais. Nesse vídeo, Renan e seus amigos discutiram a possibilidade de “estuprar” uma colega caso fossem barrados em um bar, o que levou à indignação pública e a ações no Ministério Público.

A jovem mencionada no vídeo, Bárbara Tonelli, defendeu Renan, classificando suas palavras como uma “brincadeira entre amigos”, mas a situação resultou em maior escrutínio sobre as práticas e falas do partido.

Outros episódios relevantes

Outro momento polêmico envolvendo Renan foi sua defesa de Arthur do Val, um ex-deputado que fez declarações extremamente depreciativas sobre mulheres ucranianas. As declarações de Arthur, reveladas em um áudio, culminaram em sua cassação em 2022, levantando novamente questões sobre a postura do Partido Missão e de seus líderes em relação às mulheres e questões de gênero.

“O Renan faz uma viagem todo ano, não fez nos últimos três anos. Ele chama tour de blond. Só para pegar loira”, revelou Arthur do Val em uma de suas conversas. Este episódio tornou-se um símbolo da impunidade e dos discursos problemáticos que têm se proliferado dentro de alguns segmentos políticos do Brasil.

A continuidade de tais polêmicas corrobora a necessidade de uma reflexão mais profunda sobre as mensagens que estão sendo divulgadas em campanhas públicas e como elas podem impactar a sociedade, especialmente a juventude. Ao invés de promover valores de respeito e igualdade, a propaganda em causa talvez venha a reforçar estereótipos prejudiciais.

Com essa situação, o Partido Missão não apenas coloca em evidência questões culturais que precisam de atenção, mas também pressiona as autoridades para que se tomem ações respeitosas em relação aos direitos humanos e à proteção da infância e juventude no Brasil. As incertezas sobre o futuro do partido e suas articulações para 2026 continuarão a ser um tópico de debate acalorado.

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