Brasil, 20 de dezembro de 2025
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Natal na China: uma celebração de paz e adaptação cultural

O Natal, uma festividade que, para muitos, evoca sentimentos de alegria e união, tem encontrado seu caminho até a China, onde é celebrado de uma maneira distinta e, por vezes, inesperada. Nos últimos vinte anos, a comemoração do Natal no país asiático não se limita mais a ser um evento industrial, mas se transforma em uma verdadeira celebração popular, especialmente em meio ao crescimento econômico e social da nação.

A evolução da celebração natalina na China

Inicialmente, o Natal na China era percebido principalmente sob a perspectiva econômica, visto que entre 80% e 90% das decorações natalinas mundiais eram produzidas no país. O crescimento das indústrias chinesas fez com que as festividades chegassem antes como um ciclo produtivo. Contudo, à medida que a classe média expandiu e o consumo interno se tornou uma prioridade, o Natal começou a ganhar uma nova dimensão. De evento meramente comercial, passou a ser um momento simbólico, especialmente entre os jovens, que cada vez mais se conectam com as tradições ocidentais.

A atmosfera natalina nas cidades

Cidades como Xangai agora apresentam mercadinhos de Natal nos grandes centros comerciais. Em locais como Xintiandi e ao longo do Bund, à medida que os visitantes percorrem ruas decoradas com luzes e música natalina, sentem o clima festivo. Em Mohe, na província de Heilongjiang, uma autêntica aldeia natalina foi criada, oferecendo atividades que atraem visitantes interessados em vivenciar a magia do Natal, como correios do Papai Noel e esculturas de neve. Essas iniciativas demonstram como o Natal, embora comercializado, também se tornou uma tradição popular.

A busca pela espiritualidade

Apesar de a comemoração ser fortemente influenciada pela economia, muitos jovens também têm buscado a essência espiritual do Natal. Muitos deles estão se aventurando nas igrejas, atraídos pela alegria e pela comunhão que o Natal proporciona. Como um jovem local mencionou, “a Missa da Meia-Noite está sempre cheia”, e a celebração da Vigília também tem ganhado importância, se tornando um momento especial de união e reflexão.

A simbologia das maçãs na véspera de Natal

Uma tradição peculiar ao Natal na China é o ato de presentear maçãs durante a véspera, conhecida como Píng’ān yè, que significa “noite da paz”. A palavra “maçã” em chinês, píngguǒ, é pronunciada de forma semelhante à palavra para “paz”, píng’ān. Estes gestos simples de afeto representam a esperança de um mundo melhor à medida que os fiéis católicos buscam se adaptar à cultura local, incorporando elementos simbolicamente significativos aos presépios.

A espera pela luz: um Natal profundo

Chiaretto Yan, um focolarino chinês, explica que o Natal é vivido por muitos como um momento de espera, semelhante à Sexta-feira Santa. “O Natal é a espera pela luz, assim como a Sexta-feira Santa é a espera pela ressurreição”, reflete Yan. Essa perspectiva ressalta a importância do caminho versátil entre a cultura cristã e a tradição chinesa, uma conexão que o Papa Francisco frequentemente invoca em seu diálogo inter-religioso.

A lógica da paciência

A cerimônia da noite de Natal na China é uma representação de paciência e devoção, com muitos fiéis que permanecem em oração durante toda a noite. Essa prática reflete profundamente a tradição taoísta, enfatizando não a necessidade de pressa, mas a importância de acompanhar o fluxo natural dos acontecimentos. Em um mundo repleto de velocidade e efemeridade, essa prática é um lembrete poderoso de como o Natal pode ser um tempo de reflexão e comunidade.

Não importa onde estejam, os verbetes da tradição continuam a ressoar: shèngdàn jié kuàilè, que significa “feliz festa do Nascimento sagrado!”. Neste Natal, a China não apenas acolhe o espírito natalino, mas também o transforma em uma rica tapeçaria de significados, oferecendo um espaço único para que a cultura se encontre com a fé e a esperança.

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