Na manhã deste sábado (20/12), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discursou durante a abertura da sessão plenária da 67ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, realizada em Foz do Iguaçu (PR). O evento, que marca o fim da presidência brasileira no bloco, foi utilizado por Lula para destacar o crescente interesse de diversas nações em estabelecer acordos comerciais com o Mercosul.
“Eu posso dizer para vocês que o mundo está ávido a fazer acordo com o Mercosul. Tem muitos países querendo fazer acordo com o Mercosul. E nós, certamente, vamos conseguir nesse período fazer os acordos que não foram possíveis realizar na minha presidência”, afirmou Lula, em um discurso que procurou transmitir otimismo e confiança no fortalecimento do bloco sul-americano.
A nova presidência e os desafios à frente
A presidência do Mercosul passará a ser conduzida pelo Paraguai após esta cúpula. Vários líderes da região estavam presentes no evento, incluindo Javier Milei, presidente da Argentina; Santiago Peña, presidente do Paraguai; Yamandú Orsi, presidente do Uruguai; e Rodrigo Paz, presidente da Bolívia, entre outros. Lula expressou esperança de que a próxima presidência traga “boa colheita, de bons frutos e de bons acordos internacionais”.
No entanto, o encontro foi ensombrecido pela frustração em relação ao adiamento do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia. Recentemente, os europeus decidiram postergar a finalização do tratado devido a pressões de agricultores que temem as consequências da liberalização do comércio.
Acordo Mercosul-UE: desafios e expectativas
- O acordo, discutido há 26 anos, visa criar uma ampla zona de livre comércio entre os países do Mercosul e da União Europeia.
- Embora as negociações tenham sido finalizadas em dezembro de 2024, a formalização do tratado enfrenta resistências de várias nações europeias.
- Recentemente, agricultores realizaram protestos em Bruxelas enquanto líderes europeus se reuniam para debater o acordo, expressando suas preocupações sobre a entrada de produtos sul-americanos no mercado europeu.
Aproximando-se do fim de sua presidência no bloco, Lula esperava a formalização do tratado até o final de dezembro, como um importante marco de seu governo. Na última quinta-feira (18/12), o presidente brasileiro se comunicou por telefone com a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, buscando apoio para a assinatura do acordo, mas ela solicitou mais tempo para deliberar.
De acordo com informações divulgadas por agências estrangeiras, a assinatura do acordo está prevista para ocorrer em 12 de janeiro, sob a nova presidência do Paraguai. Apesar das dificuldades, Lula permaneceu otimista quanto à possibilidade de concluir acordos que estimulariam não apenas a economia brasileira, mas também a integração e colaboração entre as nações da América do Sul e da Europa.
Expectativas para o futuro do Mercosul
O discurso de Lula na cúpula reflete a busca por iniciativas que promovam a integração regional e o fortalecimento dos laços comerciais. As comparações com sua presidência anterior e a expectativa de acordos que alavanquem a economia no contexto atual são temas recorrentes, principalmente com a crescente necessidade de adaptação frente aos desafios globais.
Os avanços nas relações comerciais serão fundamentais não só para o Brasil, mas para todos os países envolvidos no Mercosul. A união de forças frente a adversidades pode trazer não apenas oportunidades de crescimento, mas também uma reavaliação da importância do bloco como um ator relevante no cenário internacional.
Os próximos meses serão decisivos para o futuro dos acordos comerciais do Mercosul. Com desafios constantes e pressões de diversos setores, a capacidade de negociação e adaptação da liderança paraguaia será testada, enquanto o mundo observa atentamente os movimentos deste bloco que busca afirmar-se no comércio global.
