Brasil, 20 de dezembro de 2025
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Acordo Mercosul-UE é adiado após quase 25 anos de negociação

Após quase um quarto de século de negociações, o esperado acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia sofreu um novo adiamento. A Comissão Europeia planejava assinar o pacto neste sábado (20), mas, diante de pressões internas, decidiu adiar a assinatura para o início de 2025, buscando maior consenso no bloco.

Resistência na União Europeia atrasa assinatura

O presidente da França, Emmanuel Macron, lidera a resistência ao acordo dentro do bloco europeu. Ele afirmou que o país não apoiará o tratado sem garantias adicionais para os agricultores franceses, que temem uma concorrência desleal com produtos latino-americanos mais baratos e produzidos sob normas ambientais distintas.

“Consideramos que as contas não fecham e que este acordo não pode ser assinado neste momento”, declarou Macron, antes de uma reunião da cúpula da UE. A França é hoje o principal obstáculo à ratificação do tratado na União Europeia.

Posição da Itália e apoio de outros países

Por outro lado, a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, afirmou que seu país pode apoiar o acordo, desde que as preocupações dos agricultores italianos sejam atendidas. “Estamos prontos para assinar assim que as respostas necessárias forem dadas”, afirmou, ressaltando que depende das decisões da Comissão Europeia e que a situação pode ser resolvida rapidamente.

Já na Alemanha e na Espanha, líderes como Friedrich Merz e Pedro Sánchez manifestaram apoio ao tratado. Esses países avaliam que o acordo pode ajudar a mitigar os efeitos das tarifas impostas pelos Estados Unidos e ampliar o acesso a minerais estratégicos, além de diminuir a dependência da China.

Etapas do processo e principais desafios

O próximo passo para a ratificação ocorre no Conselho Europeu, onde é preciso obter uma maioria qualificada — apoio de ao menos 15 dos 27 países do bloco, representando 65% da população da UE. Este órgão é responsável por autorizar oficialmente a assinatura dos acordos internacionais.

Apesar do consenso político na assinatura, a etapa de aprovação pode representar o maior risco político devido às resistências internas, especialmente do setor agrícola europeu. O tratado abrange não só o comércio de produtos agrícolas, mas também questões de indústria, serviços, investimentos, propriedade intelectual e insumos, o que explica o apoio de outros setores econômicos.

Perspectivas e posições do Brasil

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que mantém esperança de que o acordo seja aprovado. Em conversa com jornalistas, Lula revelou que falou ao telefone com a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, que relatou enfrentar um “constrangimento político” devido à pressão dos agricultores italianos. Segundo Lula, a italiana acredita que, com paciência, o apoio ao tratado será conquistado em breve.

“Se a gente tiver paciência de uma semana, de dez dias, no máximo um mês, a Itália estará junto com o acordo”, afirmou Lula. A expectativa é de que o processo de ratificação pelo bloco europeu seja concluído no início de 2025.

Impacto e futuras ações

O adiamento reflete uma disputa interna que envolve interesses econômicos, agrícolas e políticos, com a questão do setor agrícola europeu no centro da resistência. A assinatura do pacto, considerada histórica, poderá impulsionar o comércio entre os blocos e ampliar o acesso a mercados de commodities, indústria, serviço e tecnologia.

Enquanto isso, o governo brasileiro reforça seu otimismo e aposta na retomada do processo, esperando que as negociações avancem em breve e que o acordo possa ser efetivado, promovendo ganhos econômicos e estratégicos para a região.

Para mais detalhes, acesse a matéria completa no G1.

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