A Polícia Federal (PF) deu início a uma investigação que envolve o senador Weverton Rocha (PDT-MA) em um esquema de fraudes que teria impactado aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Segundo informações divulgadas, o parlamentar é visto como uma figura central, atuando como “sustentáculo” de uma rede criminosa que se beneficia de descontos associativos fraudulentos aplicados a beneficiários do INSS.
As ligações criminosas e os envolvidos
De acordo com a investigação, Weverton Rocha teria mantido relações estreitas com Antônio Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, que é considerado a peça chave da operação criminosa. O ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que o senador seria essencial para ampliar a influência do grupo investigado, caracterizando um elo político que poderia proporcionar proteção e blindagem institucional.
A PF identificou que Weverton atuava como “beneficiário final”, recebendo recursos financeiros ou benefícios através de intermediários, incluindo alguns de seus assessores. Dentre os associados, destaca-se Gustavo Marques Gaspar, ex-assessor e considerado braço direito do senador. Gaspar, segundo a PF, fazia parte do “núcleo político-institucional” da organização criminosa, envolvido em atividades de lavagem de dinheiro e articulação política.
Movimentações financeiras suspeitas
Registros entregues à justiça apontam pagamentos suspeitos que ultrapassam R$ 100 mil, supostamente destinados a Gaspar por meio de registros encontrados na residência do Careca do INSS. O conteúdo das planilhas revela uma complexa rede de corrupção e desvio de recursos, evidenciando a gravidade do esquema.
Além disso, foi destacado que Gustavo Gaspar foi nomeado assistente parlamentar sênior na liderança do PDT, o que lhe conferiu acesso a importantes decisões políticas, facilitando ainda mais o envolvimento dele nas ações ilícitas. O gabinete do ex-secretário-executivo do Ministério da Previdência, Adroaldo Portal, foi outro local de intenso movimento, onde Gaspar e outros envolvidos se encontravam frequentemente.
A resposta de Weverton Rocha e implicações políticas
Weverton Rocha, por sua vez, se manifestou em nota afirmando que recebeu com surpresa as buscas realizadas em sua casa e se comprometeu a colaborar com as investigações. Ele expressou confiança nas instituições brasileiras e no Estado Democrático de Direito, ressaltando que não há provas concretas que o vinculem a práticas ilícitas e que não se pode usar relações de terceiros para lhe atribuir responsabilidade por atos criminosos.
“Confio plenamente nas instituições e no Estado Democrático de Direito”, disse o senador, que afirmou ainda que a decisão do STF reconhece a falta de evidências contundentes contra ele. O artigo traz também uma afirmação do Ministério Público Federal (MPF) que, embora reconheça fortes indícios da participação do senador no esquema, negou pedido de prisão por considerar que as provas apresentadas eram ainda fracas.
Perspectivas sobre a investigação
O desenrolar dessa investigação pode ter implicações significativas para a política brasileira, especialmente devido ao papel proeminente que Weverton Rocha desempenha no cenário nacional. A relação entre política e corrupção é um tema recorrente no Brasil, e situações como essa podem elevar a percepção da sociedade em geral sobre a atuação dos parlamentares e a confiabilidade nas instituições.
À medida que a investigação avança, é crucial que os fatos sejam esclarecidos e que as responsabilidades sejam atribuídas conforme os desdobramentos das apurações. O processo também ressalta a importância de uma fiscalização rigorosa e da transparência nas relações entre políticos e instituições financeiras.
Por fim, espera-se que a continuidade das investigações traga à tona mais informações e, possivelmente, novas revelações sobre as conexões e as práticas envolvidas no esquema, contribuindo para um debate mais amplo sobre a ética na política e a responsabilidade dos governantes.



