Brasil, 19 de dezembro de 2025
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Papa Leo XIV alerta contra a corrida armamentista e o uso de armas autônomas

O Papa Leo XIV denunciou nesta terça-feira (18) a preocupação com a crescente corrida armamentista e o desenvolvimento de armas autônomas, defendendo uma paz que seja desarmada e disposta a desarmar-se, fundamentada na ressurreição de Cristo, como resposta aos desafios globais. A declaração foi feita na mensagem oficial para o 59º Dia Mundial da Paz, celebrado em 1º de janeiro de 2026, divulgada pelo Vaticano.

Reforço na denúncia da escalada militar e suas consequências culturais

Na mensagem intitulada “A Paz Esteja Com Todos Vós: Rumo a Uma Paz Desarmada e Disarmament”, o pontífice lamentou que a resposta predominante às crises seja um “enorme investimento econômico em rearmamento”. De acordo com dados apresentados por ele, os gastos militares globais em 2024 aumentaram 9,4% em relação ao ano anterior, atingindo US$ 2,718 trilhões — o equivalente a 2,5% do Produto Interno Bruto mundial.

O Papa também criticou o impacto dessa lógica na cultura e na educação, observando que escolas e universidades não preservam adequadamente a “cultura da memória” das vítimas das guerras. Ao contrário, têm promovido programas educacionais baseados na “percepção de ameaças”, que reforçam uma visão de defesa e segurança apenas armada.

Avanços tecnológicos e o risco de delegar decisões à inteligência artificial

Leo XIV alertou que os avanços tecnológicos, especialmente a incorporação da inteligência artificial no campo militar, agravaram a tragédia dos conflitos armados. “Corremos o risco crescente de delegar a máquinas decisões sobre vidas e mortes,” criticou, denunciando uma “traição destrutiva sem precedentes” aos princípios humanistas que sustentam civilizações.

O Pontífice também denunciou as concentrações de interesses econômicos e financeiros por trás dessa corrida armamentista, destacando que uma crítica superficial não é suficiente. É fundamental “despertar a consciência e o pensamento crítico” na sociedade para enfrentar essa lógica destrutiva.

Instrumentalização religiosa da violência e caminhos para a paz

Leo XIV fez uma denúncia explícita sobre o uso político da religião, que muitas vezes é distorcida para justificar o nacionalismo e a violência em nome da fé. “Essas formas de blasfêmia profanam o nome santo de Deus,” afirmou, chamando os fiéis a testemunharem sua fé com ações concretas.

Para o Papa, além de ações políticas e sociais, é fundamental cultivar a oração, a espiritualidade e o diálogo ecumênico e interreligioso como caminhos autênticos para a paz. Ele alertou que tratar a paz como um “ideal distante” pode levar à aceitação de guerras em nome dela, alimentando as percepções de que não reagir a ataques ou não investir em armamentos seriam “faltas”.

Uma paz interior que resiste à cultura de medo

O pontífice afirmou que a paz deve “habitar dentro de nós”, possuindo uma “força gentil” que ilumina e amplia nossa compreensão, resistindo à violência. “A paz é uma respiração do eterno,” destacou, lembrando que o mundo atual muitas vezes esquece que a graça de Deus atua até mesmo nos corações mais feridos pelo pecado.

Ele destacou a perplexidade dos discípulos diante da não violência de Jesus e como essa escolha ainda provoca inquietação. Reconheceu também a desesperança de quem deseja a paz, mas se sente impotente diante de uma escalada de violência cada vez maior.

Histórico e apelo final

Instituído por São Paulo VI em 1967, o Dia Mundial da Paz é uma oportunidade anual para refletir sobre os grandes desafios da convivência humana. O Papa encerrou sua mensagem ressaltando a importância de uma paz que nasce no coração, promovendo uma cultura de esperança baseada na fé e na ação concreta.

Para ler a mensagem completa, acesse o site oficial do Vaticano.

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