Brasil, 19 de dezembro de 2025
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Ato de agricultores despeja pneus e lixo em frente à casa de Macron em protesto contra acordo UE-Mercosul

Na cidade de Le Touquet, no norte da França, agricultores manifestaram sua oposição ao acordo comercial entre União Europeia e Mercosul, colocando um caixão com a frase “Não ao Mercosul” em frente à residência de Emmanuel Macron. O ato ocorreu um dia após protestos massivos em Bruxelas, que resultaram em cenas de violência (veja vídeo abaixo).

Protesto simbólico contra o acordo comercial e a política agrícola

Durante a manifestação, os agricultores descarregaram sacos de esterco, pneus, repolhos e galhos próximos à residência presidencial, que estava sob vigilância policial. Segundo Benoît Hédin, do sindicato agrícola FDSEA, o protesto é “simbólico” e reflete a insatisfação com a atual política europeia, especialmente em relação à reforma da Política Agrícola Comum (PAC).

“Estamos retrocedendo”, afirmou Hédin, que criticou a entrada de produtos do Mercosul na Europa sem restrições regulatórias, o que impõe uma concorrência desleal aos produtores locais, sobretudo na carne, arroz, mel e soja. “As importações competem a preços impossíveis de igualar”, lamentou Marc Delaporte, agricultor que também participou do ato.

Adiamento da assinatura do acordo e reação do setor agrícola

O acordo, firmado em dezembro de 2024 entre a Comissão Europeia e os países do Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai), tinha previsão de assinatura para sábado (20) durante a cúpula do bloco em Foz do Iguaçu. Entretanto, a pressão de França, apoiada pela Itália, motivou o adiamento do documento para janeiro de 2026. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que a maioria dos países deve votar pela aprovação na nova data.

O FNSEA, principal sindicato agrícola da França, classificou a decisão como “insuficiente” e reiterou a oposição ao acordo. A entidade afirmou nas redes sociais: “O Mercosul continua sendo um NÃO! Para dar xeque-mate no Mercosul, vamos manter a mobilização.” A preocupação central dos agricultores é com a entrada agressiva de produtos sul-americanos no mercado europeu, produzidos sob regras de produção menos rigorosas, o que aumenta a competitividade.

Impactos e expectativas do setor agrícola europeu

O setor agrícola francês teme uma crise, sobretudo diante da possibilidade de redução nos benefícios do programa de apoio aos agricultores da União Europeia, a Política Agrícola Comum (PAC), que pode ocorrer em 2026. “[Os produtos] entram sem qualquer restrição e a concorrência é desigual”, destacou Delaporte. Muitos agricultores já protestam há mais de dois anos, sem mudanças concretas até o momento.

Por enquanto, as manifestações continuam acesas, e os agricultores permanecem mobilizados, defendendo seus interesses e a preservação dos métodos produtivos tradicionais frente a um mercado cada vez mais globalizado e competitivo.

Para mais detalhes, acesse a reportagem no G1.

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