O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou nesta sexta-feira (19) que o Brasil espera que o adiamento da assinatura do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia seja breve, reforçando a prioridade de concluir o tratado o mais rápido possível. A declaração ocorre após a confirmação de que a assinatura, prevista para este sábado, foi adiada devido a resistências internas na UE.
Adiamento do acordo Mercosul-UE e suas implicações
Segundo Alckmin, a expectativa é de um adiantamento curto, pois o acordo é considerado estratégico para ambos os blocos. “Esperamos que seja um adiamento curto, porque é importante para o Mercosul. Esperamos que o mais rápido possível seja assinado o acordo, que é importante para a União Europeia, para o Mercosul e para o mundo”, afirmou o vice-presidente.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, confirmou que a assinatura foi postergada devido às resistências internas do bloco europeu, mas destacou que há apoio suficiente entre os países da UE para a aprovação do tratado. Segundo ela, o atraso será breve e há consenso de que o acordo será concluído em breve.
Contexto e negociações do acordo Mercosul–UE
Negociado há mais de 20 anos, o acordo visa criar a maior zona de livre comércio do mundo, incluindo a redução ou eliminação progressiva de tarifas comerciais, além de regras comuns para bens industriais, agrícolas, serviços, investimentos e padrões regulatórios. As discussões se intensificaram nesta semana em reunião do Conselho Europeu, em Bruxelas.
Apesar do avanço, o tratado enfrenta resistência de países como a França, cujo presidente Emmanuel Macron exige garantias adicionais para proteger o setor agrícola francês, temendo a competição com produtos do Mercosul. A Itália também manifestou preocupação semelhante, diante das demandas do setor agrícola, embora alguns líderes, como a primeira-ministra Giorgia Meloni, sinalizem possibilidade de apoio após negociações.
Reações internacionais e perspectivas de assinatura
Países como Alemanha, Espanha e os nórdicos apoiam o avanço do tratado, avaliando que o acordo pode ajudar na redução da dependência europeia da China, ampliar mercados e compensar tarifas impostas pelos Estados Unidos. O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que a resistência italiana tende a diminuir nas próximas semanas, reforçando o otimismo do governo brasileiro quanto à conclusão do tratado.
Próximos passos e desafios
A apreciação do acordo depende do aval do Conselho Europeu, que exige maioria qualificada: pelo menos 15 dos 27 países do bloco, representando 65% da população. A expectativa é que a assinatura ocorra em breve, após eventuais ajustes e garantias para os setores resistentes.
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