Brasil, 19 de dezembro de 2025
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Acordo Mercosul-UE é adiado após resistência na União Europeia

Na sexta-feira (19), a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que há respaldo suficiente entre os Estados-membros para aprovar o acordo com o Mercosul, mas a assinatura foi suspensa por razões políticas. A expectativa era de que o pacto fosse formalizado neste sábado (20), durante o Conselho Europeu, porém a decisão foi adiada para o próximo mês. O adiamento ocorre após a França, apoiada por Itália, exigir maior proteção para seus agricultores, principalmente no setor agrícola, o que gerou um impasse no bloco europeu.

Resistência da França e apoio de aliados

O presidente francês, Emmanuel Macron, declarou que o país não apoiará o tratado enquanto não forem atendidas as preocupações dos agricultores. Segundo Macron, “as contas não fecham”, e o acordo não pode ser assinado sob as condições atuais. A França, líder na oposição dentro da União Europeia, busca incluir salvaguardas que protejam os produtores agrícolas franceses diante de produtos latino-americanos mais baratos e que, segundo críticos, não seguem os mesmos padrões ambientais.

Enquanto isso, Alemanha e Espanha manifestaram apoio ao avanço do pacto. O chanceler alemão, Friedrich Merz, destacou a importância do tratado para manter a credibilidade da UE na política comercial global e ampliar o acesso a minerais e mercados emergentes. O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, também defendeu que a União siga negociando, mesmo diante das resistências.

Incertezas na Itália e otimismo do Brasil

A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, afirmou que o país pode apoiar o acordo, desde que suas preocupações, especialmente do setor agrícola, sejam resolvidas rapidamente. Ela ressaltou que o governo italiano está pronto para assinar o tratado assim que as condições forem atendidas, reforçando a postura de que a questão pode ser resolvida em breve.

Por sua vez, o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, comentou que conversou com Meloni, e que há uma expectativa de que a Itália apoie o acordo em breve. Lula destaca que, com paciência, o tratado será aprovado, e reforçou a postura otimista do Brasil sobre o avanço do pacto. Segundo Lula, “se a gente tiver paciência de uma semana, de dez dias, de no máximo um mês, a Itália estará junto com o acordo”.

Protestos e tensões no Parlamento Europeu

Durante as reuniões do Conselho Europeu, milhares de agricultores de diferentes países protestaram contra o acordo, com manifestações na capital belge. Os manifestantes usaram tratores, queimaram pneus e lançaram objetos contra a polícia próxima ao Parlamento Europeu. Há registros de danos ao prédio Station Europe, incluindo uma janela quebrada, e uma pessoa ferida, segundo as autoridades locais.

Regras de aprovação e desafios políticos

O processo de ratificação depende do Conselho Europeu, que exige maioria qualificada — apoio de ao menos 15 países, representando 65% da população da UE. Ainda que o apoio seja forte entre alguns Estados, a resistência de França e Itália representa um desafio político significativo para a aprovação do acordo.

Além do setor agrícola, o tratado cobre temas como indústria, investimentos e propriedade intelectual, o que torna a decisão mais complexa e demanda negociações adicionais. Com o adiamento, a expectativa é que o pacto seja aprovado em breve, mas o cenário ainda é de incerteza.

Para mais detalhes, acesse g1.globo.com.

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