O CEO do TikTok, Shou Chew, revelou aos funcionários que a empresa-mãe ByteDance assinou acordos vinculantes para estabelecer uma joint venture nos Estados Unidos, com maioria de investidores americanos no controle da operação local. A iniciativa visa atender às exigências das autoridades americanas e garantir a continuidade do aplicativo no mercado.
Detalhes da joint venture e controle de dados
De acordo com Chew, o acordo foi formalizado com empresas como Oracle, Silver Lake e MGX. Ele afirmou em memorando interno, obtido pela Bloomberg, que após o fechamento, a nova entidade operará de forma independente, sendo responsável pela proteção de dados, segurança do algoritmo, moderação de conteúdo e garantia de software nos EUA. Fonte
Enquanto isso, as operações globais do TikTok que continuarem nos EUA gerenciarão atividades como comércio eletrônico, publicidade e marketing, segundo o executivo. Chew ressaltou que a nova estrutura permitirá maior autonomia na proteção de dados e segurança, alinhando-se às exigências governamentais.
Contexto político e histórico do TikTok nos EUA
Desde o governo do ex-presidente Donald Trump (2017-2020), o TikTok enfrenta suspeitas de ameaças à segurança nacional, principalmente a hipótese de repassar informações de cidadãos americanos à China, algo que a ByteDance nega. Durante a gestão de Joe Biden, a pressão persistiu, culminando na imposição de uma lei que obrigava a venda do controle da rede social nos EUA, com a ameaça de banimento, decisão posteriormente respaldada pela Suprema Corte americana.
O principal temor é que os dados dos usuários americanos possam alimenta o governo chinês. A ByteDance foi orientada a vender suas operações no país ou se retirar, mas negociações e prazos foram adiados várias vezes ao longo dos últimos anos. Atualmente, o governo dos EUA busca uma solução que evite o fechamento da plataforma, que mantém popularidade entre os jovens, desafiando os tradicionais apps de big techs como Facebook e Instagram.
Avanços nas negociações e cenário internacional
Durante encontros entre representantes dos Estados Unidos e China em Madri, em setembro, foi alcançado um “marco básico de consenso” sobre o TikTok. Segundo a mídia chinesa, Theresa Bessent, secretária do Tesouro americano, anunciou um acordo para transferir o controle da plataforma para investidores americanos, uma estratégia para aliviar tensões e manter o aplicativo operando no país.
Nos últimos anos, o clima de embargo e controle restringiu as atividades da ByteDance nos EUA, mas há sinais de que o governo Trump, agora com postura mais moderada na Casa Branca, tenta atrair grandes empresas de tecnologia americanas para participarem do controle do TikTok, buscando uma solução mais conciliante e menos restritiva.
Implicações e próximos passos
A assinatura da joint venture marca uma mudança significativa na estratégia de operação do TikTok nos EUA, buscando evitar medidas mais drásticas, como banimento ou imposições regulatórias severas. Os detalhes finais do acordo serão publicados em breve, ao passo que o aplicativo continua sendo alvo de atenção por parte do governo americano e dos investidores internacionais.
O avanço nas negociações reflete uma tentativa de equilibrar interesses políticos, de segurança e econômicos, com o objetivo de assegurar a presença do TikTok no mercado norte-americano sem abrir mão do controle de dados e segurança nacional.


