Sami Corrêa, influenciadora digital e ex-esposa de Pyong Lee, se pronunciou recentemente sobre uma controvérsia gerada por seus comentários em um evento filantrópico. A fala, que abordou a disparidade salarial entre influenciadores e profissionais da saúde e educação, causou mal-entendidos nas redes sociais, levando a influenciadora a se explicar em um vídeo publicado no Instagram.
Mal-entendido gera repercussão
No vídeo, Sami enfatizou que suas declarações não possuíam um tom pessoal, mas sim uma observação sobre o mercado. “O que eu falei não é mentira: um influenciador ganha mais que médico, profissionais que salvam vidas que estudam a vida inteira”, afirmou ela, ressaltando que sua intenção era discutir a dinâmica da profissão e não desmerecer o trabalho dos médicos.
Em sua defesa, Sami explicou que as circunstâncias do evento a levaram a responder de maneira rápida e, portanto, imprecisa. “Óbvio que eu falei estava morrendo de pressa para fazer meu filho dormir e sair do evento e tudo mais eu respondi de qualquer jeito”, justificou. Para ela, esse fator contribuiu significativamente para a confusão gerada a partir de sua fala.
A importância da reflexão sobre o papel dos influenciadores
A influenciadora ainda comentou que muitos criadores de conteúdo evitam discutir temas de importância pública, temendo repercussões negativas. “Eu acredito muito que hoje os influencers não falam do que é importante de verdade, não falam da verdade exatamente pelo medo da interpretação das pessoas”, declarou. Sami criticou ainda a promoção de apostas online por influenciadores, destacando que muitos estão se tornando milionários com esse tipo de conteúdo: “Influência fica fazendo essas porcarias de casa de aposta, estão ganhando milhões”, afirmou.
Ao se distanciar desse tipo de publicidade, Sami ressaltou a desigualdade salarial existente entre os influenciadores e os profissionais das áreas essenciais. “Podem tirar sua fama, seus números, seu dinheiro, tudo que você tem, mas não podem tirar o conhecimento”, disse, enfatizando a importância da valorização de profissões como saúde, educação e outras áreas que, segundo ela, deveriam receber maior reconhecimento e remuneração.
Dados do mercado de influenciadores no Brasil
A discussão sobre a remuneração dos influenciadores ocorre em um cenário em que números expressivos são revelados. Uma pesquisa recente da Forbes Brasil aponta que influenciadores no país podem faturar até R$ 180 mil por postagem publicitária. O valor médio por campanha gira em torno de R$ 34 mil, considerando ações realizadas tanto em feeds quanto em stories.
Os dados indicam que perfis com até 10 mil seguidores arrecadam aproximadamente R$ 7,2 mil por campanha, enquanto influenciadores com 100 mil a 1 milhão de seguidores chegam a ganhar R$ 24 mil. Já perfis com mais de 10 milhões de seguidores podem ultrapassar a marca de R$ 180 mil por publicação. Surpreendentemente, menos de 1% dos influenciadores no Brasil recebe valores acima de R$ 100 mil mensais, evidenciando que uma significativa parcela da categoria opera com salários bem mais baixos: cerca de 31% ganham entre R$ 2 mil e R$ 5 mil mensalmente, enquanto 28% permanecem na faixa de R$ 5 mil a R$ 10 mil.
Esses números demonstram a complexidade do mercado de influenciadores e como ele se diferencia de áreas tradicionais de trabalho. A controvérsia levantada por Sami Corrêa destaca a necessidade de uma conversa franca sobre a valorização de diferentes profissões e a percepção pública acerca do trabalho realizado por influenciadores digitais.
Enquanto o debate continua, é essencial que a sociedade reflita sobre o valor real de cada profissão e a importância de reconhecer o esforço de quem atua em áreas consideradas essenciais para o bem-estar social.


