Brasil, 19 de dezembro de 2025
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Neurociência e penalidades: como Safonov se tornou herói do PSG

A recente final da Copa Intercontinental entre Flamengo e PSG-FRA se transformou em palco para um verdadeiro espetáculo esportivo, onde o goleiro russo, Safonov, se destacou ao realizar quatro defesas nas cobranças de pênaltis. Esta performance não apenas garantiu o troféu para a equipe parisiense, mas também lançou o goleiro do desconhecido ao status de herói. Entre as cenas memoráveis, uma que viralizou foi a de Safonov recebendo uma “cola”, uma toalha com dados dos batedores do Flamengo, uma estratégia que revela a preparação minuciosa das comissões técnicas.

A preparação para as cobranças de pênaltis

A ideia de que cobranças de pênaltis são uma loteria é um conceito do passado. Com o avanço da análise de desempenho e da neurociência, as equipes têm se dedicado a entender os padrões e comportamentos dos batedores adversários. O professor de Economia Ignácio Palacios-Huertas, autor do livro “Beautiful Game Theory: how soccer can help economics”, é um exemplo dessa nova abordagem. Ele analisou mais de 11 mil cobranças para entender o que acontece na mente dos jogadores durante esses momentos decisivos.

Palacios-Huertas trabalhou com a seleção holandesa e o Chelsea, aplicando princípios matemáticos de John Nash, ganhador do Prêmio Nobel de Economia de 1994. Sua pesquisa concluiu que 60% dos jogadores destros tendem a chutar na zona da mão direita do goleiro, enquanto os canhotos fazem o oposto. Assim, a maioria dos batedores escolhe o lado natural, o que oferece uma vantagem à defesa se esta estiver bem preparada.

Previsibilidade e variação nas cobranças

O estudo também sugere que jogadores são mais previsíveis no início de suas carreiras, mas à medida que ganham experiência, se tornam mais imprevisíveis. Isso permite que eles implementem variações nas cobranças, como a famosa “cavadinha”, surpreendendo os goleiros com novas táticas. Outro fato interessante observado por Palacios-Huertas é que os batedores tendem a evitar repetir suas cobranças se forem convocados a chutar novamente na mesma partida ou em um breve intervalo de tempo.

Na final, apesar dos estudos apontarem uma vantagem para a equipe que chuta primeiro, o Flamengo não teve sucesso nesse aspecto. Após um empate de 1 a 1 no tempo regulamentar, as cobranças de pênaltis iniciaram com De La Cruz, que abriu o placar. Vitinha, do PSG, igualou a disputa, mas os erros dos batedores Ousmane Dembélé e Barcola foram mais que compensados pelas defesas de Safonov, que se tornou o diferencial na conquista do título, ao parar as cobradas por Saúl, Pedro, Léo Pereira e Luiz Araujo.

A eficácia de Safonov e a importância da análise

O goleiro Safonov, de 26 anos, não apenas empregou frieza em sua performance, como também demonstrou a importância da preparação meticulosa. A relação entre técnica, psicologia e neurociência foi crucial para que Safonov pudesse realizar defesas decisivas em um dos momentos mais emocionantes da partida. A final destacou não apenas a habilidade atlética, mas também o papel da ciência no entendimento do comportamento humano em situações de pressão.

Com o avanço das técnicas de análise e a crescente importância da psicologia esportiva, o que testemunhamos na final da Copa Intercontinental pode ser apenas uma pequena mostra de como a ciência continuará a moldar o futuro do futebol. O impacto da neurociência nas decisões dos atletas promete abrir novas portas para a compreensão das dinâmicas dentro do campo e, quem sabe, revelar novas estratégias para os desafios do esporte mais amado do Brasil.

Após essa final épica e as lições que ela trouxe, resta saber como as equipes irão integrar aprendizados como os de Palacios-Huertas em suas preparações futuras, transformando não apenas a forma como as penalidades são cobradas, mas a mentalidade que cerca todo o esporte.

Para mais detalhes sobre a conexão entre neurociência e futebol, você pode conferir o artigo completo neste link.

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