Brasil, 18 de dezembro de 2025
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Mercado reage à incerteza eleitoral com alta do dólar e queda na bolsa

Na quarta-feira (18), os indicadores do mercado financeiro sofreram forte impacto, refletindo a crescente incerteza em relação ao cenário eleitoral do Brasil. O dólar avançou 1,09%, encerrando em R$ 5,52, menor cotação desde 1º de agosto, enquanto a B3 despencou 0,79%, aos 157.327 pontos, após uma queda de 2,4% na véspera.

Motivos da volatilidade: risco eleitoral e cenário internacional

A mudança de humor dos investidores foi atribuída ao aumento da aversão ao risco por conta da possibilidade de Flávio Bolsonaro, senador pelo Rio de Janeiro e filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, ser o candidato da oposição em 2026. Essa perspectiva tem afetado a percepção do mercado, que aguarda o cenário de disputa presidencial.

O impacto da candidatura de Flávio Bolsonaro

Segundo analistas, a maior rejeição ao nome de Flávio obriga o mercado a ajustar suas expectativas. Luís Garcia, diretor de investimentos da SulAmérica Investimentos, comentou que “esse mau humor do mercado veio da leitura de que Flávio, apesar de competir bem na pesquisa, não teria potencial para vencer em um eventual segundo turno contra o candidato da situação”.

Estudos indicam que o cenário de uma disputa direta entre Lula e Flávio favorece a reeleição do atual presidente, sobretudo pelo aumento da rejeição ao filho do ex-presidente, o que dificulta a formação de um consenso de mercado em torno de uma vitória de oposição.

Pressões no câmbio e nos juros futuros

O mercado também ajustou suas expectativas para a política monetária. Os contratos de juros futuros já indicam uma elevação na previsão de início de corte da Selic, de janeiro para março de 2026, e uma trajetória de alta nos juros ao longo do próximo ano, com a taxa de juro para janeiro de 2027 encerrando em 13,815%. A relação da dívida bruta com o PIB deve chegar a 77,6% ao final de 2025, evoluindo para 82,7% em 2026, de acordo com a Instituição Fiscal Independente (IFI).

Esse aumento no endividamento e o risco de desconfiança na capacidade do Brasil de honrar suas dívidas elevam a demanda por dólares, contribuindo para a alta do câmbio e pressionando os juros.

Reação do mercado internacional e impacto nas ações

Nos Estados Unidos, as Bolsas de Nova York encerraram o dia em queda, com o Dow Jones recuando 0,47%, o S&P 500 caindo 1,16% e o Nasdaq 100 despencando 1,81%, refletindo incertezas sobre a política monetária e resultados das empresas de tecnologia, como Nvidia, que desvalorizaram 3,81%, e AMD, que caiu 5,29%.

No Brasil, o aumento da aversão ao risco também atingiu o mercado acionário: as ações da Renner caíram 3,59%, aos R$ 13,43, e as da Direcional perderam 4,26%, aos R$ 14,37. O aumento dos juros futuros e a expectativa de uma política monetária mais restritiva elevaram a atratividade da renda fixa frente à bolsa, devido ao maior risco percebido.

Perspectivas futuras e possíveis desdobramentos

Especialistas avaliam que a incerteza eleitoral deve continuar influenciando os mercados nas próximas semanas, com atenção especial às movimentações de Flávio Bolsonaro e seu impacto na política e na economia. A expectativa é de que, caso a situação não se estabilize, o Brasil possa enfrentar maior volatilidade cambial e queda na atratividade de ativos de risco.

Para Luís Castro Fonseca, sócio da Nest Asset Management, “a troca de nomes no cenário eleitoral dificulta a obtenção de votos e aumenta a rejeição ao candidato da oposição, dificultando o ambiente para investimentos”.

Mais informações sobre o cenário político e econômico podem ser acompanhadas na matéria completa no site do Globo.

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