No próximo Dia Mundial da Paz, que será celebrado em 1º de janeiro de 2026, o Papa Leão XIV destacou em sua mensagem a necessidade urgente de promover uma paz desarmada e desarmante. Esta mensagem, divulgada na última quinta-feira (18/12), traz reflexões profundas sobre o significado da paz à luz da fé cristã e dos desafios contemporâneos.
A saudação de Jesus e a verdadeira paz
Na abertura da carta, o Papa resgata a saudação de Jesus, “A paz esteja convosco”, acreditando que ela representa uma mudança significativa para aqueles que a acolhem. “Este é um convite à transformação, tanto interior quanto exterior, nas relações entre os povos”, afirmou. Leão XIV enfatiza que a paz do Cristo ressuscitado é “desarmada e desarmante”, um conceito essencial para a compreensão da verdadeira paz.
León XIV ressalta que a bondade e a paz não são meras aspirações, mas realidades que devem ser incorporadas à vida de cada cristão. “A paz tem um poder transformador; resiste à violência e exige que lutemos pela justiça e dignidade humana”, escreveu o Pontífice.
As consequências da violência e a urgência do desarmamento
O Papa também tagentou os atuais cenários de violência e a perigosa escalada militar que o mundo enfrenta. Ele comentou que, em 2024, as despesas militares globais cresceram 9,4%, atingindo valores alarmantes de 2,72 bilhões de dólares, o que representa 2,5% do PIB mundial. Esse aumento, segundo ele, reflete uma crescente irracionalidade nas relações entre nações, que se baseiam no medo e na dominação da força.
“A guerra e a agressividade estão se enraizando em nossas sociedades e, para enfrentá-las, o verdadeiro desarmamento deve começar nos corações e mentes das pessoas”, alerta o Papa. Ele menciona que a paz verdadeira não é apenas a ausência de guerra, mas uma condição de justiça, respeito e compreensão entre os homens.
Reflexões sobre a fé e o papel das religiões
Leão XIV destaca a responsabilidade das religiões em promover a paz em um mundo marcado por divisões. “As tradições espirituais devem atuar como agentes de diálogo, capazes de ir além de barreiras étnicas e culturais”, disse. Em um tempo em que muitos tentam instrumentalizar a fé para justificar a violência, o Papa convocou todos os fiéis a trabalhar pelo entendimento e respeito mútuo.
Ele evocou a necessidade do diálogo inter-religioso como um meio essencial para construir comunidades pacíficas. “Cada comunidade deve ser uma casa de paz, onde se aprende a neutralizar hostilidades por meio da comunicação e da justiça”, afirmou, reiterando que a paz não é uma utopia, mas uma prática diária que deve ser cultivada por todos.
Desarmamento do coração e engajamento social
Em sua mensagem, o Santo Padre não se limitou à invocação da paz, mas também apontou para a necessidade de um engajamento ativo na promoção de justiça social. Ele citou São João XXIII, que defendeu a ideia de um desarmamento integral, que se inicia pela renovação do coração e da inteligência.
“Os cristãos devem ser, juntos, testemunhas proféticas, comprometidos em agir com misericórdia e amor. Somente assim poderão iluminar a escuridão dos conflitos e promover um mundo onde a paz efetivamente exista”, afirmou o Papa, reconhecendo que os desafios contemporâneos requerem respostas corajosas e inovadoras.
Um convite à esperança
Como conclusão, o Papa Leão XIV convoca todos a refletir sobre a mensagem do Jubileu da Esperança e a se redescobrirem como peregrinos nesse caminho de paz. “Que este Dia Mundial da Paz nos inspire a um desarmamento profundo, que inclui o coração e a vida de cada um de nós”, declarou, incentivando um compromisso renovado com a paz, a justiça e a dignidade humana.
Ao final de sua mensagem, o Pontífice reafirmou que, através da bondade e do amor, podemos realmente transformar o mundo à nossa volta e construir uma sociedade mais justa e pacífica para todos.
Para acompanhar mais sobre as mensagens do Papa e iniciativas de paz, acesse o [site do Vatican News](https://www.vaticannews.va/pt/papa/news/2025-12/mensagem-papa-leao-xiv-dia-mundial-paz-desarmada-desarmante.html).
