Na manhã de terça-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou com o presidente da Câmara, Hugo Motta, sobre a indicação de Gustavo Feliciano para o Ministério do Turismo. Esse diálogo ocorreu na véspera do anúncio de que Celso Sabino deixaria a pasta, em um momento em que o governo busca alinhar suas estratégias para os próximos desafios políticos. O cenário se torna ainda mais complexo com a iminente saída de Sabino, que ficou em meio a tensões partidárias e a seus planos de candidatura ao Senado.
A saída de Celso Sabino e as articulações em torno do novo ministro
O anúncio da saída de Celso Sabino do Ministério do Turismo, ocorrido durante uma reunião ministerial nesta quarta-feira, é resultado de um período conturbado, onde o deputado foi expulso do partido União Brasil por desobediência a uma ordem de deixar o cargo. O foco agora se volta para Gustavo Feliciano, cuja nomeação já é discutida de maneira informal entre aliados do governo, refletindo o jogo político em curso. Feliciano, que é filho do deputado Damião Feliciano do União Brasil na Paraíba, havia declarado sua ligação com Motta, reforçando a vontade do governo de construir uma base mais sólida no Congresso.
Expectativas e reações sobre a indicação de Gustavo Feliciano
Fontes próximas à conversa entre Lula e Motta indicam que a indicação de Feliciano foi bem recebida pelo presidente da Câmara, que tem procurado fortalecer seus laços com o governo. Contudo, a atuação de Sabino no ministério não foi bem vista por muitos parlamentares, que exigiam uma solução para a insatisfação crescente. Neste contexto, muitos membros do União Brasil acreditam que a indicação de Feliciano seria uma figura capaz de congregar interesses, apesar de existirem divisões internas sobre o apoio ao novo ministro.
O papel de Hugo Motta e o cenário político atual
Hugo Motta se apresenta como uma figura central nessas discussões, claramente buscando estabelecer uma articulação favorável tanto ao governo quanto a seus próprios interesses políticos. Segundo relatos, Motta minimizou sua influência na escolha de Feliciano, mesmo que membros do União Brasil o reconheçam como um dos principais articuladores nesse processo. A atenção se volta para o fato de que a aprovação da indicação pode ser um movimento estratégico para garantir apoio a Motta nas disputas eleitorais futuras e fortalecer sua posição na Câmara.
Implicações para a governabilidade e as candidaturas de 2026
A candidatura de Gustavo Feliciano também traz à tona a discussão sobre as reacomodações no espaço político e na máquina pública, que se torna ainda mais pertinente com a aproximação das eleições de 2026. A pressão para alinhar tarefas e garantir suporte de diferentes partidos é uma prioridade: a indicação de Feliciano é vista como um passo para solidificar a aliança do governo com uma ala mais proativa do União Brasil, que se comprometeu a apoiar Lula em sua tentativa de reeleição. O próprio Damião Feliciano teria buscado garantir que seu filho não enfrentasse resistências e retaliações ao assumir a nova função.
Pontos de vista divergentes dentro do União Brasil
Enquanto o partido parece dar respaldo à indicação de Gustavo Feliciano, o comando da legenda busca se desvincular do que pode ser visto como uma dependência ou apadrinhamento político. A insatisfação sobre a gestão de Sabino serviu como catalisador para a nomeação, mas também expõe as fragilidades internas dentro do partido e a necessidade de conciliação de interesses em um período eleitoral que promete ser tumultuado.
No final das contas, a expectativa é que a formalização da indicação de Feliciano ocorra em breve, com uma conversa prevista entre ele e Lula, que pode acontecer antes de o presidente viajar para compromissos externos na sexta-feira. Além disso, a movimentação em Brasília promete ser intensa nas próximas semanas, à medida que as articulações vão sendo ajustadas para atender tanto as demandas do governo quanto os interesses de diferentes grupos políticos.
O desenrolar desse caso nos próximos dias poderá impactar não apenas a estrutura do Ministério do Turismo, mas a dinâmica política em todo o país, especialmente no contexto da reeleição de Lula e as tensões dentro da oposição.

